A FDA aprovou acalbrutinibe para tratamento de leucemia linfocítica crônica e linfoma linfocítico de pequenas células - Oncologia Brasil

A FDA aprovou acalbrutinibe para tratamento de leucemia linfocítica crônica e linfoma linfocítico de pequenas células

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A agência reguladora americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou acalbrutinibe (Calquence®), inibidor da tirosina-quinase de Bruton (BTK), para o tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) e Linfoma linfocítico de pequenas células. A aprovação foi baseada nos estudos de fase III ELEVATE-TN e ASCEND.

O primeiro envolveu 535 pacientes com LLC não tratados previamente e avalia eficácia e segurança do acalabrutinibe. Os pacientes foram randomizados (1:1:1) em três braços: um braço comparativo que recebeu obinutuzumabe e clorambucil; um braço que recebeu acalabrutinibe e obinutuzumabe; e um terceiro, tratado com acalabrutinibe em monoterapia. Ambos os braços que receberam acalabrutinibe tiveram o tratamento administrado duas vezes ao dia, até progressão da doença ou toxicidade inaceitável. Como endpoint primário, a sobrevida livre de progressão no braço tratado com acalabrutinibe/obinutuzumabe. Os endpoints secundários do estudo incluíram a sobrevida livre de progressão no braço que recebeu o inibidor em monoterapia comparado ao braço clorambucil/obinutuzumabe, além da taxa de resposta objetiva, tempo até o próximo tratamento e sobrevida global.

Os resultados do estudo ainda serão apresentados em breve, porém a fabricante do acalabrutinibe já adiantou que os resultados são positivos, com o endpoint primário tendo sido alcançado em junho deste ano.

O estudo da fase III ASCEND, comparou os efeitos do acalabrutinibe em monoterapia com os do anticorpo anti-CD20 rituximabe em associação com idealisibe ou bendamustina, também para LLC. Os pacientes foram randomizados 1:1, 16% destes tinham deleção no 17p e 27% com deleção no 11q. Adicionalmente, 42% dos pacientes do estudo tinham doença em estadio III/IV. A estratificação dos pacientes foi feita com base no status da deleção 17p, performance status ECOG (0-1 vs 2) e no número de linhas prévias de tratamento (1-3 vs ≥ 4).

Após um follow-up mediano de 16,1 meses, a sobrevida livre de progressão não foi alcançada, comparada a 16,5 meses no braço controle (Razão de Risco de 0,31; IC95%: 0,20-0,49; p < 0,0001). Isso se traduziu em uma redução de risco de progressão ou morte de 69%. A porcentagem de pacientes que apresentaram progressão de doença em 12 meses, porém, foi maior no braço controle (32%) do que no braço tratado com acalabrutinibe (12%).

Os eventos adversos (EAs) mais comuns no grupo que recebeu o acalabrutinibe foram dor de cabeça (22%), neutropenia (19%), diarreia (18%) e anemia ou tosse (15% para ambos).

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