Abordagem da sexualidade de pacientes oncológicos que fazem parte das minorias sexuais e de gênero - Oncologia Brasil

Abordagem da sexualidade de pacientes oncológicos que fazem parte das minorias sexuais e de gênero

hospital staff collect patient medical health data examination report before treatment process

2 min. de leitura

Trabalho apresentado no Congresso da Oncology Nursing Society de 2022 demonstrou que a maioria dos profissionais não coleta nenhuma informação sobre identidade de gênero ou orientação sexual. Demonstrando a necessidade perceberam a necessidade de programas específicos de educação e treinamento prático.

O diagnóstico de câncer traz mudanças em várias dimensões para a vida do paciente. Nisso, está incluído o comportamento sexual com impacto na qualidade de vida do paciente, e ainda pacientes que fazem parte de minorias sexuais e de gênero (MSG) e que possuem demandas específicas que requerem uma abordagem diferenciada. Neste sentido, este trabalho desenvolvido por um grupo de pesquisa brasileiro, e apresentado no Congresso da NOS 2022, teve o objetivo de analisar a como é realizada a abordagem da sexualidade de pacientes com câncer que fazem parte das minorias sexuais e de gênero.

Para isso, foi realizada uma Scoping Review com base na metodologia do Instituto Joana Briggs entre setembro e outubro de 2020. Foram utilizados os descritores sexualidade AND minorias sexuais e de gênero AND oncologia médica nas seguintes bases de dados: Pubmed, Science Direct, Scopus, Web of Science, Biblioteca Virtual da Saúde e Embase. Considerou-se como critério de inclusão o tema da pesquisa em português, inglês e espanhol, artigo completo e publicações entre 2005 e setembro de 2020.

Resultados:

A busca revelou 295 artigos dos quais 11 estavam alinhados aos critérios de inclusão. O primeiro grupo foi denominado como diagnóstico situacional, e apontou que a maioria dos profissionais não coleta nenhuma informação sobre identidade de gênero ou orientação sexual. Além disso, as ferramentas disponíveis não oferecem oportunidade de questionamento sobre o tema, os efeitos sexuais do tratamento não foram explorados, poucos profissionais sentiram que não tinham as habilidades certas para lidar com questões de orientação sexual, mas estavam interessados ​​em receber educação em torno da saúde de MSG e, finalmente, perceberam a necessidade da sexologia em programas específicos de educação e treinamento prático.

O outro grupo, denominado estratégias de melhoria, revelou intervenções como a elaboração de políticas institucionais, desenvolvimento de pesquisas, implementação de plano educacional por meio de oficinas e/ou webinars abordando hard skills e diversidade, além de mensagens de apoio em sala de aula. Destaca-se que, no meio científico existem instrumentos e estratégias validadas para abordar e avaliar a sexualidade do paciente com câncer, como BETTER MODEL, PLISSIT, SF36, porém estas metodologias não foram aplicadas em nenhum dos estudos analisados. Potencialmente, a falta de capacitação e habilidades técnico-científicas dos profissionais de saúde estão relacionadas à prevenção, rastreamento, aceitação do tratamento e futuros desafios assistenciais para as populações de MSG.

Como conclusão, este estudo destaca que existem lacunas importantes na abordagem da sexualidade e identidade de gênero em pacientes oncológicos de MSG, e que estratégias educacionais dos profissionais de saúde são necessárias neste âmbito.

Referência:

Daniela dos Santos RN, PHD et al., SEXUALITY APPROACH IN SEXUAL AND GENDER MINORITIES ONCOLOGY PATIENTS IN: SCOPING REVIEW. Poster presentation at 47th Annual ONS Congress. April 27–May 1, 2022. Anaheim, CA.

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal