Em vídeo, Dr. Eduardo Ribeiro, Médico Hematologista no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, analisa os resultados do estudo ELEVATE-RR, em que acalabrutinibe apresentou sobrevida livre de progressão não inferior ao ibrutinibe, além de menor cardiotoxicidade e descontinuações relacionadas ao tratamento
No EHA Virtual Congress 2021, foram apresentados os primeiros resultados de eficácia e de segurança do estudo de fase III ELEVATE-RR, que comparou o acalabrutinibe vs. ibrutinibe em pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) previamente tratados.
Pacientes com LLC e del(17p) ou del(11q) foram randomizados com acalabrutinibe 100mg, duas vezes ao dia, ou a ibrutinibe 420mg, uma vez ao dia, ambos por via oral até progressão de doença ou toxicidade inaceitável. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada por um comitê independente. Os desfechos secundários foram incidências de fibrilação atrial, de infecção grau ≥ 3, de síndrome de Richter e sobrevida global (SG), sendo estes avaliados em ordem hierárquica.
Resultados:
Com uma mediana de idade de 66 anos, 533 pacientes (acalabrutinibe, n=268; ibrutinibe, n=265) foram randomizados; 45.2% apresentaram a del(17p) e 64.2% a del(11q). Com uma mediana de segmento de 40.9 meses, acalabrutinibe foi não inferior ao ibrutinibe em relação à SLP (38.4 meses em ambos os braços, HR 1.00; 95% IC, 0.79- 1.27). Acalabrutinibe apresentou maior incidência de fibrilação atrial (9.4% vs 16.0%; P=0.023). As incidências de infecções ≥ grau 3 (30.8% vs 30.0%) e de síndrome de Richter (3.8% vs 4.9%) foram semelhantes entre os braços de acalabrutinibe e ibrutinibe respectivamente. As medianas de SG não foram atingidas em ambos os braços. O uso de acalabrutinibe foi associado a menor incidência de hipertensão (9.4% vs 23.2%), de artralgia (15.8% vs 22.8%) e de diarreia (34.6% vs 46.0%), mas maior incidência de cefaleia (34.6% vs 20.2%) e de tosse (28.9% vs 21.2%) comparado ao uso de ibrutinibe. A descontinuação por eventos adversos foi relatada em 14.7% no braço acalabrutinibe comparado a 21.3% no outro grupo. Eventos cardíacos (21.1% vs 30.0%), hipertensão (9.4% vs 23.2%) e sangramento (38% vs 52.3%) de qualquer grau foram menos frequentes com acalabrutinibe.
Assista à análise do Dr. Eduardo Ribeiro no vídeo:
Conclusão:
No primeiro estudo de avaliação direta entre inibidores da BTK em pacientes com LLC previamente tratados, acalabrutinibe apresentou SLP não inferior, além de menor cardiotoxicidade e descontinuação por eventos adversos em comparação ao ibrutinibe.
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