Ensaio clínico de fase II Alliance A071401, que avalia a eficácia do abemaciclibe em pacientes com meningiomas de grau 2/3 portadores de alterações somáticas na via NF2 ou CDK, destacando dados de sobrevida livre de progressão (em 6 meses) e a taxa de resposta. Esse estudo foi discutido no 2024 ASCO Annual Meeting (ASCO 2024). Informações sobre ensaios clínicos: NCT02523014. Suporte: U10CA180821, U10CA180882; UG1CA189867 (NRG Oncologia); Eli Lilly; https://acknowledgements.alliancefound.org
Os tratamentos sistêmicos são limitados para pacientes com meningiomas que progrediram após cirurgia e/ou radioterapia. A perda de NF2 e CDKN2A/B é comum em meningiomas de grau superior e promove a progressão do meningioma em modelos pré-clínicos. A eficácia do abemaciclibe, um inibidor da quinase dependente de ciclina (CDK) 4/6, foi avaliada como parte do estudo guarda-chuva da Alliance A071401, um estudo de fase II conduzido genomicamente em meningiomas recorrentes ou progressivos.
No presente estudo, foram considerados como elegíveis, pacientes com tumores de grau 2/3 e mutações de NF2 ou alterações na via CDK. Esses pacientes foram tratados com abemaciclibe (200 mg) por via oral duas vezes ao dia até doença progressiva. Os pesquisadores adotaram dois desfechos coprimários: sobrevida livre de progressão em 6 meses (PFS6) e taxa de resposta (em inglês, response rate – RR) pelos critérios de Macdonald. De modo geral, o ensaio seria declarado positivo se qualquer um dos parâmetros fosse atingido. Vinte e quatro pacientes avaliáveis forneceram >85% de poder para detectar uma PFS6 >41,5% (vs. nulo 15%; alpha=0,02). O limite para resultados promissores para PFS6 foi de 8+/24 pacientes. Para a taxa de resposta, 24 pontos avaliáveis forneceram >89% de poder para detectar RR >20% (vs. nulo 2,5%; alpha=0,021). O limite para resultados promissores para taxa de resposta foi de 3+/24 pacientes.
Resumidamente, dos 83 pacientes examinados 36 foram elencados como elegíveis e receberam tratamento. O número médio de ciclos de tratamento administrados foi de 7 e o acompanhamento médio desde o início do tratamento foi de 11 meses. Os primeiros 24 pacientes que atenderam aos critérios de elegibilidade e iniciaram o tratamento foram considerados avaliáveis para a análise do desfecho primário. Dos 24 pacientes avaliados, 58% eram do sexo feminino e a mediana de idade foi de 62 anos. A taxa de PFS6 observada foi de 54% (13/24 pontos, intervalo de confiança de 95% 33-75%), portanto, o estudo atingiu o endpoint de PFS6. Nenhuma resposta objetiva foi observada.
Dos 36 pacientes que iniciaram o tratamento, oito tiveram grau 3 e dois tiveram evento adverso de grau 4, possivelmente relacionado ao tratamento. As toxicidades de grau 3 incluíram anemia (2), neutropenia (2), leucopenia (1), visão turva (1), diarreia (2), fadiga (2), elevação de ALT (1), desidratação (1), hipercalemia (1), hiponatremia (1), tontura (1), lesão renal aguda (1) e evento tromboembólico (1). As toxicidades de grau 4 incluíram elevação da ALT (1), elevação da AST (1) e vómitos (1). Em conclusão, os autores destacam que o abemaciclibe foi bem tolerado e resultou numa melhoria da PFS6, evidenciando assim, que o desfecho geral do estudo foi alcançado. Adicionalmente, eles reforçam que o abemaciclibe merece investigação adicional para o tratamento de pacientes com meningiomas progressivos de grau 2/3.
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