Antiangiogênicos no tratamento do câncer de pulmão: vantagem terapêutica e efeitos adversos - Oncologia Brasil

Antiangiogênicos no tratamento do câncer de pulmão: vantagem terapêutica e efeitos adversos

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Neste vídeo, Dr. Marcelo Corassa, oncologista clínico e pesquisador do A. C. Camargo Cancer Center, fala sobre a utilização de antiangiogênicos no contexto do câncer de pulmão, destacando os possíveis efeitos adversos desta classe terapêutica 

 

 

O câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) é responsável por 85% dos cânceres de pulmão e 75% dos pacientes com CPNPC apresentam doença em estágio avançado no momento do diagnóstico, o que leva a um prognóstico ruim com baixa sobrevida global (SG) em 5 anos. Embora tenham sido alcançados progressos na imunoterapia e na terapia com alvo molecular, a sobrevida dos pacientes permanece baixa. 

A angiogênese desempenha um papel essencial no desenvolvimento da maioria dos tumores sólidos, fornecendo nutrientes e oxigênio ao tumor. Portanto, a terapia antiangiogênica, particularmente a terapia anti-VEGF e anti-receptor de VEGF (VEGFR), tem sido uma estratégia popular para tratar o câncer. A combinação da terapia antiangiogênica com outras terapias, incluindo quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia do receptor do fator de crescimento antiepidérmico (EGFR), tem uma eficácia promissora devido ao efeito de normalização do vaso induzido por agentes antiangiogênicos.  

Até agora, vários medicamentos antiangiogênicos foram desenvolvidos para tratar vários tipos de câncer, todos os quais podem ser classificados em 4 tipos: ( 1) anticorpo monoclonal anti-VEGF (mAb); (2) mAb anti-VEGFR; (3) receptor armadilha de VEGF “VEGF-trap decoy”; (4) Inibidores de tirosina quinase de VEGFR (TKIs). Por exemplo, o mAb anti-VEGF (bevacizumabe) e o mAb anti-VEGFR (ramucirumabe) interferem na interação entre VEGF e VEGFR, e têm demonstrado eficácia promissora na prática clínica. Os VEGFR-TKIs, como o nintedanibe bloqueiam a sinalização intracelular de VEGF/VEGFR. Já as drogas do tipo receptor armadilha de VEGF se ligam competitivamente ao VEGF e reduzem a chance de ligação de VEGF e VEGFR.  

No vídeo, o especialista se aprofunda nestas e outras questões, comentando sobre os principais antiangiogênicos utilizados no contexto do CPNPC e seus efeitos adversos associados. O especialista destaca que, como o mecanismo da inibição da angiogênese é muito similar, independente da terapia utilizada, os efeitos adversos também são bastante similares. Dentre os efeitos adversos dos antiangiogênicos destacam-se os riscos de aumento de problemas de cicatrização, hipertensão, trombose, sangramentos, disfunção cardíaca, proteinúria, efeitos renais. 

Dr. Marcelo Corassa ainda ressalta que os efeitos adversos relacionados à antiangiogenese do nintedanibe são mais leves, quando comparado com outras drogas da mesma classe. Esse fato, adicionado à facilidade do nintedanibe ser uma droga oral e de dose diária, facilita o manejo dos eventos adversos, quando eles ocorrem.  

Assista o vídeo e confira o conteúdo completo! 

 

Referências: 

Siegel RL, Miller KD, Jemal A. Cancer statistics, 2017. CA Cancer J Clin. 2017;67(1):7–30. doi:10.3322/caac.21387 

Yi M, Jiao D, Qin S, Chu Q, Wu K, Li A. Synergistic effect of immune checkpoint blockade and anti-angiogenesis in cancer treatment. Mol Cancer. 2019;18(1):60. 

Reck M, Kaiser R, Mellemgaard A, et al. Docetaxel plus nintedanib versus docetaxel plus placebo in patients with previously treated non-small-cell lung cancer (LUME-Lung 1): a phase 3, double-blind, randomised controlled trial. Lancet Oncol. 2014;15(2):143–155. doi:10.1016/S1470-2045(13)70586-2 

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