São Paulo, novembro de 2023 – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a aprovação de duas novas indicações do medicamento trastuzumabe deruxtecana para pacientes adultos com adenocarcinoma gástrico ou da junção gastroesofágica (JGE) localmente avançado ou metastático HER2-positivo, que receberam um regime prévio à base de trastuzumabe, e com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) irressecável ou metastático, cujos tumores tenham mutações HER2 (ERBB2) ativas e que tenham recebido uma terapia sistêmica prévia. As aprovações foram baseadas nos estudos DESTINY-Gastric02² e DESTINY-Gastric01³, sobre câncer gástrico; e no estudo DESTINYLUNG024, 5 sobre câncer de pulmão. O trastuzumabe deruxtecana foi aprovado no Brasil em outubro de 2021, inicialmente, para o tratamento de câncer de mama metastático HER2-positivo em 3ª linha, e, posteriormente, para 2ª linha6,7, além de ser indicado para HER2-low8. A notícia é representativa para os pacientes brasileiros, em especial os com câncer de pulmão com mutação em HER2 e com câncer gástrico com superexpressão de HER2, que terão acesso a um tratamento da categoria “conjugado anticorpo-medicamento” (também chamados de ADCs, do inglês antibody-drug conjugate).
Os ADCs contam com uma tecnologia que os direcionam, preferencialmente, às células tumorais, minimizando impactos nas células saudáveis, utilizando um biomarcador como “alvo”. Ou seja, o anticorpo é direcionado à proteína HER2 e ligado a um quimioterápico que é carregado diretamente às células tumorais HER2 positivas ou mutadas. A estratégia se assemelha à tática de guerra “Cavalo de Troia”, pois, o quimioterápico é liberado na célula tumoral apenas após conectar-se a ela. Com isso, os ADCs podem aumentar a eficácia de quimioterápicos e minimizar os efeitos adversos sistêmicos quando comparados à quimioterapia convencional.
O câncer gástrico é o quinto mais comum em todo o mundo9 e no Brasil (sem considerar o câncer de pele não melanoma)10, sendo a quarta maior causa de mortalidade por câncer globalmente, com uma taxa de sobrevida global de cinco anos de 5% a 10% para doença avançada ou metastática11. No Brasil, a previsão é de 21.480 novos casos de câncer gástrico para cada ano até 202510. Já para o câncer de pulmão, a expectativa é de cerca de 32 mil casos novos por ano até 202510, sendo o quarto mais incidente no país (sem considerar o câncer de pele não melanoma), e o do tipo “câncer de pulmão de células não pequenas” representados de 80 a 85% dos casos12. O que demonstra a importância desses avanços no tratamento desses tipos tumorais.
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