Baseado nos resultados do estudo DUO-E, Anvisa aprova combinação de imunoterapia (durvalumabe) com quimioterapia para o tratamento do câncer de endométrio em primeira linha
O câncer de endométrio figura como o sétimo tipo de tumor mais frequente entre as mulheres, registrando aproximadamente 8 mil novos casos anualmente no Brasil. Diante desse cenário, algumas projeções indicam um aumento de aproximadamente 40% na incidência global da doença até 2040, com um crescimento de 60% no número de óbitos no mesmo período.
O diagnóstico do câncer de endométrio ocorre no estágio avançado (estádio III e IV) em aproximadamente 15% a 20% das pacientes, que possuem como principal opção terapêutica a quimioterapia. Contudo, esse contexto apresenta o pior prognóstico, com uma taxa de sobrevida em 5 anos de aproximadamente 30%. Ainda, para as pacientes em que há o registro do avanço da doença ou recidiva, as opções de tratamento são ainda mais limitadas.
Diante deste cenário, a Anvisa recentemente aprovou uma nova opção de tratamento para mulheres com câncer de endométrio. A aprovação foi baseada nos resultados do ensaio clínico DUO-E, que investigou em um dos braços a combinação de imunoterapia (durvalumabe) e quimioterapia (carboplatina/paclitaxel).
Os resultados revelaram benefícios em diferentes subgrupos de pacientes com base nas deficiências nas enzimas de reparo do DNA, incluindo aqueles com reparo de mismatch deficiente (dMMR) e proficiente (pMMR), e no status de expressão de PD-L1. Por exemplo, a redução do risco de progressão de doença no subgrupo dMMR foi de 58% e no subgrupo pMMR de 23%, ambos para o braço de durvalumabe versus controle.
Os dados de segurança revelam um perfil de toxicidade semelhante entre os grupos de tratamento, apesar da incidência de eventos imuno-mediados no grupo que recebeu durvalumabe. A incidência de eventos de grau ≥3 foi de 54,9% para o tratamento com adição de durvalumabe versus 56,4% para o braço controle.
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