ANVISA aprova SARCLISA® em combinação ao VRd para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticados - Oncologia Brasil

ANVISA aprova SARCLISA® em combinação ao VRd para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticados

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SARCLISA® (isatuximabe) é a primeira terapia anti-CD38 em combinação com o tratamento padrão (VRd) para adultos recém-diagnosticados com mieloma múltiplo e não-elegíveis para transplante ou sem intenção de transplante inicial¹.

Pacientes que não são indicados ao transplante como terapia inicial estão associados a pior prognóstico da doença. Estudos mostram que é importante considerar um tratamento eficaz já na primeira linha para obter melhores resultados a longo prazo²,³.

O estudo de Fase 3 IMROZ⁴ (NCT03319667), que sustentou a recente aprovação do IsaVRd pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), envolveu 446 pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado inelegíveis para transplante. Os pacientes foram randomizados para receber isatuximabe em combinação com bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (Isa-VRd) ou apenas o regime padrão VRd. Este ensaio clínico internacional, prospectivo e randomizado foi realizado em 102 centros de pesquisa, incluindo pacientes com idade avançada e comorbidades que os excluíam da possibilidade de transplante.⁴

O estudo demonstrou que o uso do Isa-VRd proporciona uma sobrevida livre de progressão (PFS) significativamente prolongada em comparação com VRd. A mediana de PFS no grupo Isa-VRd não foi atingida, enquanto foi de 54,3 meses no grupo VRd, com uma redução de 40,4% no risco de progressão ou morte (HR 0,596)⁴. Estes dados sugerem que a PFS mediana do grupo Isa-VRd pode chegar a aproximadamente 90 meses, conforme publicado no ASCO 20245. O tratamento foi bem tolerado, com eventos adversos consistentes com os efeitos esperados do regime combinado com algumas diferenças devido ao maior tempo de exposição no braço Isa-VRd⁴.

Os resultados do IMROZ posicionam o Isa-VRd como um potencial novo padrão de cuidado para pacientes com mieloma múltiplo inelegíveis para transplante. Com benefícios clínicos duradouros e segurança consistentes, o isatuximabe em combinação com VRd representa um avanço significativo, oferecendo uma opção promissora para aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes com essa condição⁴,⁵.

SARCLISA® também foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, que avaliou SARCLISA® para essa indicação em revisão prioritária⁶. Essa revisão é reservada apenas para medicamentos que podem representar um potencial significativo de melhorias na eficácia ou segurança no tratamento de doenças de difícil tratamento⁶.

SARCLISA® também já está aprovado em mais de 50 países em duas indicações para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado e/ou refratário (com base nos estudos clínicos IKEMA e ICARIA), que apresentaram resultados positivos e robustos que proporcionam respostas profundas nessa população de pacientes⁷,⁸.

As aprovações da ANVISA e do FDA marcam a terceira indicação para SARCLISA® nos EUA e no Brasil, além do ineditismo como indicação aprovada em pacientes recém-diagnosticados com a combinação VRd em pacientes inelegíveis ou sem intenção inicial de TACT¹,⁶.

O SARCLISA® (isatuximabe) é um anticorpo monoclonal anti-CD38 que se destaca por sua alta afinidade e ligação específica a um epítopo na molécula CD38, crucial para a sobrevivência das células do mieloma múltiplo. Essa ligação permite a inibição potente da atividade enzimática do CD38, sem reatividade cruzada com outras moléculas. Além de induzir a apoptose direta das células tumorais, o isatuximabe modula o ambiente tumoral ao estimular as vias imunológicas de defesa, como citotoxicidade e fagocitose mediadas por anticorpos células NK (natural killer), gerando uma ação direcionada e eficaz contra células neoplásicas³,⁹.

 

Referências:

1. Diário Oficial da União de 04/11/2024 – Edição nº 213 – Resolução RE nº 4.038 de 30/10/2024, Seção 1 – Página 97

2. Richter J, Pan D, Salinardi T, Rice MS. Real-world multiple myeloma front-line treatment and outcomes by transplant in the United States. eJHaem. 2023;4(4):984-994. doi:10.1002/jha2.739

3. Perrot A, Lauwers-Cances V, Corre J, et al. Minimal residual disease negativity using deep sequencing is a major prognostic factor in multiple myeloma. Blood. 2018;132(23):2456-2464. doi:10.1182/blood-2018-06-858613

4. Facon T, et al. N Engl J Med 2024 doi: 10.1056/NEJMoa2400712

5. Thierry Facon, Meletios Athanasios Dimopoulos, Xavier P Leleu et.al. Phase 3 study results of isatuximab, bortezomib, lenalidomide, and dexamethasone (Isa-VRd) versus VRd for transplant-ineligible patients with newly diagnosed multiple myeloma (IMROZ). Hematologic Malignancies — Plasma Cell Dyscrasia. May 29, 2024. https://doi.org/10.1200/JCO.2024.42.16_suppl.7500

6. ©2024 SANOFI. Sarclisa, 2024. SARCLISA® (isatuximab-irfc) Now FDA approved FOR A NEW INDICATION. Disponível em: https://www.sarclisa.com/. Acesso em: 01 de novembro de 2024.

7. Moreau P, Dimopoulos MAC, Mikhael J, Yong K, Capra M, Facon T, et al. Updated progression-free survival (PFS) and depth of response in IKEMA, a randomized phase III trial of isatuximab, carfilzomib and dexamethasone (Isa -KD) vs KD in relapsed Multiple Myeloma (MM). Hematol transfus cell ther. 2022;44(S1):S13−S26

8. Attal M, Richardson PG, Rajkumar SV, San-Miguel J, Beksac M, Spicka I, et al.; ICARIA-MM study group. Isatuximab plus pomalidomide and low-dose dexamethasone versus pomalidomide and low-dose dexamethasone in patients with relapsed and refractory multiple myeloma (ICARIA-MM): a randomised, multicentre, open-label, phase 3 study. Lancet. 2019 Dec 7;394(10214):2096-10

9.  Morandi F, Horenstein AL, Costa F, Giuliani N, Pistoia V, Malavasi F “CD38: A Target for Immunotherapeutic Approaches in Multiple Myeloma”. Frontiers in Immunology. 9: 2722. 2018. https://doi.org/10.3389/fimmu.2018.02722

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