Apalutamida demonstra consistente ganho de sobrevida versus placebo em uma ampla gama de pacientes com mCPSC recebendo ADT - Oncologia Brasil

Apalutamida demonstra consistente ganho de sobrevida versus placebo em uma ampla gama de pacientes com mCPSC recebendo ADT

3 min. de leitura

 A primeira análise interina (acompanhamento médio de 22,7 meses) demonstrou sobrevida global e sobrevida livre de progressão radiográfica superiores com a adição de apalutamida à terapia de privação androgênica  

 

 

No primeiro semestre de 2021, os dados finais de eficácia e segurança do estudo de fase III TITAN (NCT02489318) foram publicados no Journal of Clinical Oncology após apresentação do estudo na ASCO GU deste ano. A atualização contempla informações após a retirada do cegamento e a realização de crossover de pacientes do grupo placebo para o da apalutamida que tinham o diagnóstico de câncer de próstata metastático sensível à castração (mCPSC). 

No ensaio, 1052 pacientes foram designados aleatoriamente para receber apalutamida 240mg por dia (n = 525) ou placebo (n = 527), além da terapia de privação androgênica (androgen-deprivation therapy, ADT) em curso. Após a revelação do estudo em janeiro de 2019, os pacientes do grupo placebo foram autorizados a cruzar para o tratamento com apalutamida.  

Os dados atualizados são de um acompanhamento médio de 44 meses. Um total de 208 pacientes no grupo placebo (39,5%) realizou crossover. Na população com intenção de tratar, incluindo os pacientes do crossover, a sobrevida global (SG) mediana não foi alcançada no grupo apalutamida versus 52,2 meses no grupo placebo (HR 0,65; IC 95% 0,53 – 0,79; p < 0,0001); as taxas de SG de quatro anos foram de 65,1% versus 51,8%. 

A quimioterapia citotóxica foi iniciada em 13,1% dos pacientes tratados com apalutamida versus 23,9% que receberam placebo (HR 0,47; IC 95% 0,35 – 0,63; P < 0,0001), com tempo médio para a quimioterapia citotóxica não alcançado em nenhum dos grupos.  

A progressão do PSA (antígeno prostático específico) ocorreu em 26,3% versus 65,3% dos pacientes (HR 0,27; IC 95% 0,22 – 0,33; P < 0,0001), com um tempo médio para a progressão de PSA não atingido versus 12,9 meses.  

Um segundo evento de sobrevida livre de progressão (SLP-2) ocorreu em 33,0% versus 46,7% dos pacientes (HR 0,62; IC 95% 0,51–0,75; P < 0,0001), com mediana de SLP-2 não alcançada versus 44,0 meses.  

A resistência à castração ocorreu em 36,4% versus 71,2% dos pacientes (HR = 0,34; IC 95% = 0,29 – 0,41, P < 0,0001), com o tempo médio para a resistência à castração não atingido versus 11,4 meses. 

O perfil de segurança da apalutamida foi consistente com relatórios anteriores. As taxas ajustadas à exposição de eventos adversos de interesse, consistindo em erupção cutânea de qualquer grau, fratura, quedas, doença cardíaca isquêmica, distúrbios cerebrovasculares isquêmicos e convulsão, foram equivalentes a   40, 24.4, 6.1, 4.6, 3.3, 1.3 e 0.2 por 100 pacientes-ano no grupo apalutamida, placebo e grupo crossover, respectivamente. Eventos adversos grau 3 ou 4 ocorreram em 7,6%, 2,7% e 6,5% nos três grupos, respectivamente. Nenhuma morte relacionada ao tratamento foi relatada.  

Os autores concluem que a análise final do TITAN confirmou que, após um acompanhamento médio de quase quatro anos, apalutamida aumentou consistentemente a sobrevida em comparação a placebo em uma ampla população de pacientes com mCPSC recebendo ADT, o que reduziu o risco de morte em 35%. Após o ajuste para crossover, o risco de morte foi mitigado em 48%. Junto com os resultados de superioridade de PFS-2 para pacientes que receberam apalutamida mais ADT versus placebo mais ADT, esses dados enfatizam o benefício da instituição precoce de apalutamida combinada à ADT para mCPSC, assim como antes da progressão tumoral em pacientes com câncer de próstata resistente à castração. O menor risco de morte com apalutamida versus placebo foi observado de forma consistente na grande maioria dos subgrupos pré-especificados, incluindo pacientes com alto e baixo volume de doença. A eficácia clínica foi ainda apoiada por um tempo significativamente maior para a progressão de PSA, resistência à castração e início da quimioterapia citotóxica em comparação ao placebo. Por fim, a manutenção da qualidade de vida em uma ampla população de pacientes que eram principalmente assintomáticos no início do estudo também foi evidenciada nessa publicação.  

 

 

Referências:  

  1. Chi, Kim N., et al. “Apalutamide in Patients With Metastatic Castration-Sensitive Prostate Cancer: Final Survival Analysis of the Randomized, Double-Blind, Phase III TITAN Study.” Journal of Clinical Oncology (2021): JCO-20. 

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal