Aprovada pelo FDA a combinação de olaparibe mais bevacizumabe como tratamento de manutenção para câncer de ovário, trompa de Falópio ou primário de peritôneo - Oncologia Brasil

Aprovada pelo FDA a combinação de olaparibe mais bevacizumabe como tratamento de manutenção para câncer de ovário, trompa de Falópio ou primário de peritôneo

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Olaparibe em combinação com bevacizumabe resultou em maior benefício na sobrevida livre de progressão

O FDA americano (Food and Drug Administration) expandiu a indicação de olaparibe (LYNPARZA®) em combinação com bevacizumabe para tratamento de manutenção em primeira linha de pacientes adultos com câncer epitelial de ovário metastático (CEOm), trompa de Falópio ou câncer peritoneal primário, que estejam em resposta completa ou parcial à quimioterapia de primeira linha à base de platina e cujo câncer esteja associado a um status positivo de deficiência de recombinação homóloga (HRD), definido por uma mutação deletéria ou suspeita em BRCA e/ou instabilidade genômica.

A eficácia dessa nova indicação foi investigada no PAOLA-1 (NCT03737643), um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo e que comparou o olaparibe com bevacizumabe versus placebo mais bevacizumabe.

A randomização foi estratificada pelo resultado do tratamento de primeira linha e pelo status de mutação BRCA do tumor (tBRCAm), determinado por testes locais prospectivos. Todas as amostras clínicas disponíveis foram testadas retrospectivamente com o teste Myriad myChoice® CDX, também aprovado pelo FDA como um diagnóstico complementar para o uso de olaparibe.

Os pacientes foram randomizados (2:1) para receber olaparibe 300 mg por via oral duas vezes ao dia em combinação com bevacizumabe (n = 537) 15 mg/kg a cada três semanas ou placebo mais bevacizumabe (n=269). Os pacientes continuaram o bevacizumabe de manutenção e iniciaram olaparibe entre 3 semanas a 9 semanas após a última dose de quimioterapia. O olaparibe foi mantido por até 2 anos ou até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável.

A principal medida de eficácia foi a sobrevida livre de progressão (PFS) avaliada pelo investigador de acordo com o RECIST 1.1. Um desfecho adicional de eficácia foi a sobrevida global (OS). A PFS mediana estimada no subgrupo de 387 pacientes com tumores positivos para HRD foi de 37,2 meses no braço olaparibe mais bevacizumabe e 17,7 meses no braço placebo mais bevacizumabe (HR 0,33; IC95%: 0,25-0,45). Os resultados de uma revisão independente cega de PFS foram consistentes com a análise de PFS avaliada pelo investigador. Os dados de OS não eram maduros no momento da análise.

As reações adversas mais comuns no braço olaparibe mais bevacizumabe (≥10% dos pacientes) foram náusea, fadiga (incluindo astenia), anemia, linfopenia, vômito, diarreia, neutropenia, leucopenia, infecção do trato urinário e dor de cabeça.

A dose recomendada de olaparibe é de 300 mg por via oral duas vezes ao dia, com ou sem alimentos. Quando usado com olaparibe, a dose recomendada de bevacizumabe é de 15 mg/kg por via intravenosa a cada três semanas.

Referência:
Ray-Coquard I, Pautier P, Pignata S, Pérol D, González-Martín A, Berger R, Fujiwara K, Vergote I, Colombo N, Mäenpää J, Selle F. Olaparib plus Bevacizumab as First-Line Maintenance in Ovarian Cancer. New England Journal of Medicine. 2019 ;381(25):2416-28.

Saiba mais:
https://www.ascopost.com/news/may-2020/fda-approves-olaparib-plus-bevacizumab-as-maintenance-treatment-for-ovarian-fallopian-tube-or-primary-peritoneal-cancers/