Diretamente do ASCO 2025, Dr. Aumilto Silva☨ comenta sobre os resultados primários do estudo de fase 3 ASCENT-04/KEYNOTE-D19, que avaliou sacituzumabe govitecano (SG) em combinação com pembrolizumabe (pembro) no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de mama triplo-negativo (TNBC) localmente avançado ou metastático, PD-L1 positivo (CPS ≥ 10), não tratado previamente.
☨ Médico Oncologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, Coordenador do Centro de Estudo e Pesquisa, Sub-Coordenador e Preceptor da Residência de Oncologia Clínica.
O estudo ASCENT-04/KEYNOTE-D19 randomizou 443 pacientes com câncer de mama triplo-negativo (TNBC) localmente avançado ou metastático, PD-L1 positivo (CPS ≥ 10) não tratado previamente, na proporção de 1:1 para receber sacituzumabe govitecano (SG) + pembrolizumabe (pembro) (n = 221) ou quimioterapia padrão à escolha do investigador (gemcitabina + carboplatina, paclitaxel ou nab-paclitaxel) + pembro (n = 222). O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (PFS), avaliada por revisão central independente cega (BICR).
O braço SG + pembro demonstrou melhora estatisticamente significativa na mediana de PFS, com 11,2 meses (IC 95%: 9,3–16,7) versus 7,8 meses (IC 95%: 7,3–9,3) no braço quimioterapia + pembro (razão de risco (HR): 0,65 (IC 95%: 0,51–0,84); P = 0,0009). Além da PFS, o estudo mostrou uma taxa de resposta objetiva (ORR) de 59,7% versus 53,2% e duração mediana da resposta de 16,5 meses (SG + pembro) versus 9,2 meses (quimio + pembro).
Na análise dos subgrupos, os resultados foram consistentes, sugerindo benefício da combinação com SG independentemente dos estratos avaliados. O dado de sobrevida global (SG) ainda é imaturo, mas foi observada uma tendência de separação das curvas, sugerindo possível benefício futuro.
O perfil de segurança foi considerado manejável. A frequência de eventos adversos de grau ≥3 foi similar entre os braços (71% no SG + pembro versus 70% no quimio + pembro). No entanto, o tratamento com SG + pembro levou a uma menor taxa de descontinuação por toxicidade (12% vs 31%) e uma menor necessidade de redução de dose (35% vs 44%). Os eventos adversos de grau ≥3 mais comuns foram neutropenia e diarreia no braço SG + pembro, e neutropenia, anemia e trombocitopenia no braço controle.
Dr. Aumilto ressalta que o ASCENT-04 responde a uma necessidade clínica crítica no cenário do TNBC metastático PD-L1 positivo, uma população com prognóstico desfavorável e opções terapêuticas limitadas. “Com a superioridade observada na FPS, respostas completas em até 13% das pacientes e tendência favorável na sobrevida global, SG + pembro pode se consolidar como um novo padrão de tratamento de primeira linha”, destacou.
A comunidade oncológica agora aguarda os dados finais de sobrevida global e possíveis atualizações regulatórias, que poderão consolidar o papel dessa combinação como referência terapêutica no tratamento do TNBC metastático PD-L1 positivo.
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