Combinação cediranibe mais olaparibe demonstra atividade semelhante à terapia padrão à base de platina em câncer de ovário sensível à platina recidivado - Oncologia Brasil

Combinação cediranibe mais olaparibe demonstra atividade semelhante à terapia padrão à base de platina em câncer de ovário sensível à platina recidivado

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Combinação de cediranibe e olaparibe ou olaparibe em monoterapia não demonstrou ganho de benefício comparado à quimioterapia padrão à base de platina no câncer de ovário recorrente sensível à platina

Estudo de fase 3 randomizado e aberto (NCT02446600) avaliou se a combinação cediranibe mais olaparibe (C+O) ou olaparibe (O) em monoterapia era superior à terapia padrão à base de platina (TPP) em câncer de ovário de alto grau recidivado (caov) sensível à platina.

Os pacientes elegíveis tinham caov recorrente sensível à platina (> 6 meses sem platina [intervalo livre de platina, ILP]) seroso de alto grau ou endometrióide, relacionado ao BRCA. Uma terapia prévia sem platina e ilimitadas terapias prévias foram permitidas. Critérios de exclusão envolviam uso prévio de antiangiogênicos no cenário recorrente ou uso prévio de inibidores da PARP.

Os pacientes foram randomizados 1:1:1 para TPP (carboplatina/paclitaxel; carboplatina/gemcitabina; ou carboplatina/doxorrubicina lipossomal), olaparibe (300 mg duas vezes ao dia) ou C+O (C 30 mg ao dia + O 200 mg duas vezes ao dia). A randomização foi estratificada pelo status de BRCA germinativo (gBRCA), ILP (6-12 versus > 12 meses) e terapia antiangiogênica prévia. O tamanho alvo da amostra foi de 549 pacientes.

O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP). Erro tipo 1 foi estimado em 0,025 e controlado por uma análise hierárquica (C + O versus TPP, depois O sozinho versus TPP e, finalmente, C+O versus O). Qualquer terapia de manutenção foi proibida.

Entre 4 de fevereiro de 2016 e 13 de novembro de 2017, 565 pacientes foram inscritos (187 TPP, 189 O, 189 C+O), sendo 528 que iniciaram o tratamento (166 SOC, 183 O, 179 C+O). 23,7% dos pacientes tinham gBRCAmut. O acompanhamento médio foi de 29,1 meses. 53 pacientes em TPP iniciaram terapia fora do protocolo antes da progressão da doença (predominantemente manutenção com inibidor de PARP).

O hazard ratio (HR) para SLP foi de 0,856 (IC 95% 0,66-1,11, p = 0,08, 1-tail) entre C+O e TPP; e 1,20 (IC 95% 0,93-1,54) entre O e TPP, com SLP mediana de 10,3, 8,2 e 10,4 meses para TPP, O e C+O, respectivamente. As taxas de resposta foram de 71,3% (TPP), 52,4% (O) e 69,4% (C+O).

Em pacientes gBRCA, o HR para SLP foi de 0,55 (IC 95% 0,73-1,30) para C+O versus TPP, e 0,63 (IC 95% 0,37-1,07) para O versus TPP. Nos pacientes não-gBRCA, o HR para essas comparações foi de 0,97 (IC 95% 0,73-1,30) e 1,41 (1,07-1,86).

Não foram observadas diferenças de SG entre os braços em 44% dos eventos. Os pacientes que receberam C+O versus TPP apresentaram os seguintes eventos adversos grau 3 ou superior mais frequentes: gastrointestinal (30,1% versus 8,4%), hipertensão (31,7% versus 1,8%) e fadiga (17,5% versus 1,8%).

Os autores concluem que C+O demonstrou atividade semelhante à TPP em caov sensível à platina recidivado e não atingiu o objetivo primário de ganho de SLP.

Saiba mais:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 6003). DOI:10.1200/JCO.2020.38.15_suppl.6003
https://meetinglibrary.asco.org/record/185456/abstract
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02446600

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