Estudos que mudam a prática em câncer colorretal em 2020 - Oncologia Brasil

Estudos que mudam a prática em câncer colorretal em 2020

2 min. de leitura

Dra. Rachel Riechelmann, diretora da Oncologia Clínica do A.C.Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), destacou dois importantes trabalhos apresentados no ASCO 2020 Virtual Annual Meeting: estudo RAPIDO e KEYNOTE-177.

ESTUDO RÁPIDO

RAPIDO estudou a TNT (terapia total neoadjuvante) com radioterapia de curta duração (short course) seguida de CPOX/FOLFOX pré-excisão total do mesoreto (TME) em pacientes com câncer de reto localmente avançado (CRLA) cT4. Este estudo internacional teve como principal objetivo diminuir a Falha ao Tratamento Relacionado à Doença (FTRD), definida por recorrência local, metastática, novo 1º ou morte pelo tratamento.

Os resultados – que eram bastante esperados pelos oncologistas, segundo Dra. Rachel – mostraram uma taxa mais baixa de FTRD, principalmente por maior sobrevida livre de metástases, no grupo de TNT quando comparada à da quimiorradioterapia convencional seguida de TME e quimioterapia adjuvante (opcional).

Na opinião da oncologista, este estudo realmente veio para mudar o paradigma do tratamento do câncer retal localmente avançado, estabelecendo TNT como padrão.

ESTUDO KEYNOTE-177

É um estudo aberto de fase 3 apresentado durante plenária na ASCO 2020 que avaliou a eficácia e segurança do uso de pembrolizumabe versus o padrão de quimioterapia ± bevacizumabe ou cetuximabe (escolha do investigador) como terapia de primeira linha para pacientes com câncer de colorretal metastático com alta instabilidade de microssatélites/deficiência nas proteínas reparadoras do DNA (MSI-H/dMMR) (mCRC).

Segundo Dra. Rachel, este também era um estudo bastante esperado, pois já existiam alguns dados de inibidores de checkpoint imune em segunda ou mais linhas.

O acompanhamento mediano foi de 28,4 meses com pembrolizumabe versus 27,2 meses com quimioterapia. Pembrolizumabe foi superior à quimioterapia na sobrevida livre de progressão (SLP mediana 16,5 meses versus 8,2 meses) com um HR 0,60, o que é bastante significante. A taxa de resposta foi de 44% versus 33%, com 82% dos respondedores apresentando resposta mantida em 2 anos.

Pembrolizumabe proporcionou melhoras clinicamente e estatisticamente significativas na sobrevida livre de progressão, devendo trazer um novo padrão de tratamento pacientes com mCRC e MSI-H/dMMR.

Se preferir ouça nosso Podcast:

Saiba mais:
J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr 4006)
https://meetinglibrary.asco.org/record/185464/abstract

J Clin Oncol 38: 2020 (suppl; abstr LBA4)
https://meetinglibrary.asco.org/record/186928/abstract

© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou tratamentos.

Veja mais informações em nosso Aviso Legal

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação