ASH 2024: Principais novidades no tratamento de linfoma difuso de grandes células B e linfoma de células do manto - Oncologia Brasil

ASH 2024: Principais novidades no tratamento de linfoma difuso de grandes células B e linfoma de células do manto

4 min. de leitura

Neste vídeo, Dra. Danielle Leão, hematologista e pesquisadora clínica da A Beneficência Portuguesa de São Paulo, apresenta as novidades sobre o tratamento do linfoma difuso de grandes células B e linfoma de células do manto, apresentadas no ASH 2024. Acesse e confira na íntegra! 

Neste vídeo, a Dra. Danielle Leão apresenta os resultados de um estudo sobre um novo anticorpo biespecífico em desenvolvimento clínico, o AZD0486, para o tratamento de pacientes com linfoma difuso de grandes células B em terceira linha, incluindo aqueles que já fizeram tratamento com CAR-T Cell. Trata-se de uma molécula que apresenta uma ligação mais fraca aos linfócitos T, reduzindo a ocorrência de síndrome de liberação de citocinas (CRS – Cytokine Release Syndrome) enquanto mantém sua ação citotóxica. Neste estudo, observou-se uma alta taxa de resposta, com até 80% nos pacientes não tratados com CAR-T Cell e até 44% nos pacientes pós-CAR-T. Em uma das dosagens analisadas, a taxa de duração da resposta em 12 meses foi de 75%, com uma sobrevida global estimada também em torno de 75% em 12 meses. Uma baixa incidência de neurotoxicidade e síndrome de liberação de citocinas foi observada, o indica que o AZD0486 pode ser uma opção promissora para essa população. 

No linfoma difuso de grandes células B em primeira linha, o estudo POLARIX comparou a combinação de Pola-R-CHP com R-CHOP e os resultados de 5 anos demonstraram uma melhor taxa de sobrevida livre de progressão para o Pola-R-CHP (64% versus 59%). Apesar de positivo, o estudo não demonstrou diferença significativa em outros desfechos, como sobrevida livre de doença e sobrevida global. Estes resultados mostram um benefício especialmente para uma população de alto risco, porém também apontam para a necessidade de explorar novas abordagens.  

 

Ainda em relação ao tratamento do linfoma difuso de grandes células B em primeira linha, o epcoritamabe mostrou resultados promissores através do estudo EPCORE NHL-2. Neste estudo, foi observada uma taxa de sobrevida livre de progressão de 74% após dois anos de tratamento com a combinação de R-CHOP e epcoritamabe, que é superior à taxa histórica do R-CHOP isolado (60%). Além disso, a taxa de doença residual mínima (DRM) foi de 90% e o perfil de segurança foi favorável, com poucos casos de síndrome de liberação de citocinas. Esses dados indicam que o epcoritamabe, atualmente aprovado no Brasil a partir da terceira linha, pode se tornar uma opção eficaz e segura em primeira linha. 

Por fim, no linfoma de células do manto, o estudo ALTAMIRA avaliou a combinação de acalabrutinibe com rituximabe em pacientes idosos não elegíveis a transplante. Os resultados foram positivos, com uma taxa de resposta próxima a 100%, sobrevida livre de progressão superior a 80% após um ano com bom perfil de toxicidade nesse grupo de pacientes mais idosos. Além disso, esta combinação permitiu a interrupção do tratamento em uma boa parte dos pacientes, o que pode trazer benefício para esta população.  

 

 

Referências:  

Gaballa S, Hou JZ, Devata S, et al. Evaluation of AZD0486, a Novel CD19xCD3 T-Cell Engager, in Relapsed/Refractory Diffuse Large B-Cell Lymphoma in an Ongoing First-in-Human Phase 1 Study: High Complete Responses Seen in CAR-T–Naive and CAR-T–Exposed Patients. Abstract: 868. Session: 627. Aggressive Lymphomas: Pharmacologic Therapies: Novel Monotherapies or Novel Disease Indications. Presented at the 66th Annual Meeting of the American Society of Hematology; 2024 Dec 9; San Diego, CA. 

Salles G, Morschhauser F, Sehn LHH, et al. Five-Year Analysis of the POLARIX Study: Prolonged Follow-up Confirms Positive Impact of Polatuzumab Vedotin Plus Rituximab, Cyclophosphamide, Doxorubicin, and Prednisone (Pola-R-CHP) on Outcomes. Abstract: 469. Session: 626. Aggressive Lymphomas: Clinical and Epidemiological: CARs, Bispecifics, and ADCs: Progress and Challenges in Aggressive B Cell Lymphoma. Presented at the 66th Annual Meeting of the American Society of Hematology; 2024 Dec 8; San Diego, CA. 

Falchi L, Offner F,  de Vos S, et al. Fixed-Duration Epcoritamab + R-CHOP Induces High Complete Response Rates in Patients with Previously Untreated Diffuse Large B-Cell Lymphoma With high-Risk Features: Long-Term Results from the Epcore NHL-2 Trial. Abstract: 581. Session: 627. Aggressive Lymphomas: Pharmacologic Therapies: New R-CHOP Combinations for Treatment Naïve DLBCL. Presented at the 66th Annual Meeting of the American Society of Hematology; 2024 Dec 8; San Diego, CA. 

Jerkeman M, Wader KF, Glimelius I, et al. Acalabrutinib and Rituximab in Elderly Patients with Newly Diagnosed Mantle Cell Lymphoma Including a Matched Population-Based External Comparator- the Nordic Lymphoma Group NLG-MCL8 (ALTAMIRA) Phase II Trial. Abstract: 747. Session: 623. Mantle Cell, Follicular, Waldenstrom’s, and Other Indolent B Cell Lymphomas: Clinical and Epidemiological: Updates on Drug Treatments for Mantle Cell Lymphoma, and CAR-T and Transplants for Indolent Lymphomas. Presented at the 66th Annual Meeting of the American Society of Hematology; 2024 Dec 9; San Diego, CA. 

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