Atezolizumabe na primeira linha de tratamento do CPNPC metastático - Oncologia Brasil

Atezolizumabe na primeira linha de tratamento do CPNPC metastático

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Neste vídeo, Dr. Lucianno Santos, oncologista clínico e diretor médico na Oncologia D’Or –DF, comenta sobre os dados do estudo IMpower110, que avaliou o uso de atezolizumabe em monoterapia para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) metastático, com expressão de PD-L1, com EGFR e ALK do tipo selvagem e virgens de tratamento 

 

Inibidores da proteína de morte programada 1 (PD-1) e seu ligante PD-L1, em monoterapia ou em combinação com quimioterapia, associados ou não com inibidores de angiogênese, surgiram como um novo padrão de tratamento para a primeira linha de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) sem mutações do EGFR ou translocações do ALK. Entretanto, muitos resultados ainda são limitados, existindo uma atual necessidade novas opções de tratamento de primeira linha com CPNPC. Em vista disso, foi desenhado o estudo IMpower110, que avaliou a eficácia e a segurança do atezolizumabe (anti PD-L1) em comparação com a quimioterapia à base de platina em pacientes com expressão de PD-L1, com CPNPC metastático com EGFR e ALK tipo selvagem, virgens de tratamento. 

Este foi um estudo randomizado, aberto, de fase 3, multicêntrico que envolveu pacientes com CPNPC metastático, não escamoso ou escamoso, que não haviam recebido quimioterapia anteriormente e que tinham expressão de PD-L1 em pelo menos 1% das células tumorais ou pelo menos 1% das células imunes infiltrantes do tumorais, avaliadas pelo ensaio imunohistoquímico SP142. O estudo incluiu pacientes com mais de 18 anos ECOG 0-1, e pacientes com metástase no sistema nervoso central, não tratadas e ativas, não foram incluídos. Os pacientes foram randomizados em uma proporção de 1:1 para receber atezolizumabe ou quimioterapia. A sobrevida global (SG), desfecho primário do estudo, foi testada hierarquicamente de acordo com o status de expressão de PD-L1 dos pacientes.

Essa análise ocorreu primeiramente nos pacientes com alta expressão de PD-L1; se fosse positiva, seria realizada a análise nos pacientes com expressão de PD-L1 alta-intermediária; e por conseguinte, a avaliação de pacientes com qualquer expressão de PD-L1. A sobrevida livre de progressão foi o desfecho secundário do estudo, e ambos os desfechos foram avaliados prospectivamente em subgrupos definidos de acordo com os achados em dois ensaios imunohistoquímicos de PD-L1 (SP263 e 22C3), bem como pela carga mutacional do tumor com base em amostras do sangue periférico. 

Ao todo, foram inscritos 572 pacientes. No subgrupo de pacientes com tumores EGFR e ALK tipo selvagem que tiveram alta expressão de PD-L1 (205 pacientes), a SG mediana foi 7,1 meses maior no grupo atezolizumabe em comparação com o grupo de quimioterapia (20,2 meses vs. 13,1 meses; HR para morte, 0,59; IC 95%, 0,40 a 0,89; P = 0,01). Pacientes com expressão alta-intermediária de PD-L1 não conseguiram alcançar um benefício de SG com poder estatístico (mediana de 18,2 meses no grupo atezolizumabe e 14,9 meses no grupo quimioterapia; HR para morte 0,72; IC 95%, 0,52 a 0,99; P = 0,04). Devido a isso, não foi possível realizar a análise oficial da SG nos pacientes com qualquer expressão de PD-L1. A SLP também foi maior nos pacientes tratados com atezolizumabe, sendo que esta foi de 8,1 meses no grupo de atezolizumabe e 5,0 meses no grupo de quimioterapia (HR, 0,63; IC 95%, 0,45 a 0,88). A ocorrência e a duração de resposta também foram maiores nesta população com alta expressão de PD-L1.  

O perfil de segurança foi similar ao encontrado anteriormente, sendo que, eventos adversos ocorreram em 90,2% dos pacientes do grupo atezolizumabe e em 94,7% daqueles no grupo quimioterapia; eventos adversos de grau 3 ou 4 ocorreram em 30,1% e 52,5% dos pacientes nos respectivos grupos. Como conclusão, o tratamento com atezolizumabe resultou em uma mediana de sobrevida global significativamente maior, quando comparado com o tratamento com quimioterapia à base de platina, entre pacientes com CPNPC com alta expressão de PD-L1, EGFR e ALK tipo selvagem, independentemente do tipo histológico. 

No vídeo, Dr. Lucianno faz uma análise completa dos dados do estudo. Vale a pena assistir! 

 

Referências:  

Herbst RS, et al., Atezolizumab for First-Line Treatment of PD-L1-Selected Patients with NSCLC. N Engl J Med. 2020 Oct 1;383(14):1328-1339. doi: 10.1056/NEJMoa1917346. PMID: 32997907. 

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