O LCMC3 é o maior ensaio a usar um inibidor de correceptor imune em monoterapia no CPNPC ressecável
Durante a IASLC WCLC 2020 (International Association for the Study of Lung Cancer 2020 World Conference on Lung Cancer), realizada entre os dias 28 a 31 de janeiro de 2021, foi apresentado o LCMC3, um estudo de fase II, aberto, multicêntrico e de braço único, que investigou a eficácia e a segurança do atezolizumabe como terapia neoadjuvante e adjuvante em pacientes com câncer de pulmão não–pequenas células (CPNPC), estadio IB-IIIA, ou tumores estadio IIIB selecionados para ressecção.
Ao todo, 181 pacientes com CPNPC em estágio IB-IIIB e sem mutações acionáveis receberam 1.200 mg de atezolizumabe neoadjuvante por dois ciclos e foram submetidos à ressecção cirúrgica entre 30 e 50 dias do 1º ciclo. Os pacientes que se beneficiaram com a terapia poderiam continuar com atezolizumabe por 12 meses como terapia adjuvante.
O desfecho primário foi a resposta patológica principal, definida como ≤ 10% de células tumorais viáveis na cirurgia. A intervenção cirúrgica foi realizada em 159 pacientes e 144 foram incluídos na análise de eficácia.
O tratamento com atezolizumabe promoveu redução do estadiamento tumoral em 66 pacientes (43%), porém, houve aumento em 29 deles (19%). Algum grau de regressão patológica foi observado em todos, exceto em três dos 159 participantes submetidos à ressecção. Nos 144 indivíduos incluídos na análise de eficácia, a principal taxa de resposta patológica foi de 21%, com 7% dos pacientes alcançando uma resposta patológica completa.
Em uma análise exploratória dos resultados de eficácia em 1,5 anos, a sobrevida livre de doença foi de 79% para pacientes em estadio I/II e 77% para aqueles em estadio III (P = 0,88), enquanto a sobrevida global foi de 91% e 87%, respectivamente (P = 0,45; os valores de P são apenas descritivos.)
Todos, exceto 19 pacientes (12%), foram submetidos à cirurgia dentro da janela especificada pelo protocolo— de 30 a 50 dias após a conclusão da terapia neoadjuvante–, o que significa que 88% dos participantes foram submetidos à ressecção cirúrgica dentro da janela do protocolo de 20 dias. O tempo médio desde o final da terapia neoadjuvante até a cirurgia foi de 22 dias.
A ressecção cirúrgica foi realizada com uma abordagem minimamente invasiva (cirurgia toracoscópica robótica ou videoassistida – VATS). Entretanto, 15% exigiram a conversão de uma abordagem minimamente invasiva para a toracotomia aberta.
A maioria dos pacientes (98%) foi submetida à ressecção oncológica anatômica, sendo que 79% procederam à lobectomia. O status R0 (margens cirúrgicas livres) foi alcançado em 92%. Complicações intra-operatórias e mortes pós-operatórias foram raras.
Os autores concluem que esses resultados fornecem evidência clínica adicional para o estudo em andamento de fase III IMpower030 controlado por placebo de atezolizumabe combinado com quimioterapia à base de platina.
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