Dr. José Maurício Motta, médico oncologista da Oncologia D’Or e do ICESP, abordou o papel da apalutamida no tratamento do câncer de próstata sensível à castração, avaliando os dados da análise final e aqueles reportados pelos pacientes de TITAN, relacionados à qualidade de vida, que foram recentemente apresentados no ASCO 2021
Mil e cinquenta e dois pacientes foram randomizados, nesse estudo de fase III, sendo diagnosticados com câncer de próstata metastático sensível à castração, em terapia de privação androgênica. Os grupos foram randomizados na razão de 1:1 para receber placebo ou apalutamida.
Os resultados preliminares foram positivos e permitiram uma análise de cross-over entre as coortes. A avaliação final foi positiva para a apalutamida. O tempo de acompanhamento mediano foi de 44 meses, demonstrando uma sobrevida global superior no grupo dos pacientes que receberam apalutamida em combinação com terapia de privação androgênica, com uma diminuição do risco de morte de 35% (HR 0,65% ; 95% CI, 0.53 to 0.79; P , .0001) e com uma mediana de sobrevida não alcançada no braço apalutamida e TPA vs 52 meses no grupo TPA isolado.
Durante o acompanhamento, os participantes deveriam preencher questionários de dor e qualidade de vida, como incômodos relacionados aos eventos adversos, intensidade de dor e fadiga, além de bem-estar físico e emocional. Não foram observadas diferenças negativas após a adição de apalutamida ao regime terapêutico, o que corrobora com a segurança e favorece a adesão ao tratamento.
As análises endossam os resultados do estudo SPARTAN, de fase III, randomizando apalutamida para pacientes com CPRCnm. Tais dados demonstraram um ganho de sobrevida livre de metástases e sobrevida global, além de evidenciar pouco impacto na qualidade de vida dos pacientes, reportado na análise dos desfechos de qualidade de vida pelos pacientes e no estudo de vida real, apresentados na ASCO 2021.
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