Avaliação de não inferioridade da histerectomia simples versus a histerectomia radical em câncer cervical - Oncologia Brasil

Avaliação de não inferioridade da histerectomia simples versus a histerectomia radical em câncer cervical

2 min. de leitura

Abordagem mais conservadora demonstrou não inferioridade e menores taxas de comorbidades urinárias em pacientes com câncer cervical em estádio inicial e de baixo risco 

 

O câncer cervical é um dos tipos de tumores mais comuns globalmente. Embora frequentemente diagnosticado em estágios avançados, tem sido cada vez mais identificado em estágios iniciais devido à melhoria e ampliação das políticas de rastreamento, especialmente em países desenvolvidos. O tratamento padrão para esses tumores em estágio inicial é a histerectomia radical. No entanto, sua necessidade e benefícios em comparação com abordagens mais conservadoras têm sido amplamente discutidos, sobretudo, em um cenário carente de dados de estudos clínicos randomizados. 

No intuito de preencher essa lacuna de conhecimento, o estudo SHAPE (Simple Hysterectomy and Pelvic Node Assessment) busca avaliar a eficácia e segurança da histerectomia simples em comparação com a histerectomia radical em pacientes com câncer cervical em estadiamento inicial e baixo risco (estadiamentos IA2 ou IB1 de acordo com o FIGO 2009; ≤2cm e com invasão estromal limitada). Foram incluídos e randomizados 700 pacientes, a maioria (91,7%) diagnosticada com tumores em estadiamento IB1. 

O desfecho primário do estudo foi a recorrência pélvica em 3 anos, com uma margem de não inferioridade entre os grupos de 4 pontos percentuais. Após mediana de seguimento de 4,5 anos, a taxa de recorrência pélvica em 3 anos foi de 2,17% no grupo submetido à histerectomia radical, em comparação com 2,52% no grupo submetido à histerectomia simples (diferença de 0,35 pontos percentuais). Quanto às comorbidades associadas, a histerectomia simples demonstrou menor incidência tanto de incontinência urinária (2,4% vs. 5,5%; p=0,048) quanto de retenção urinária (0,6% vs. 11%; p<0,001) após a cirurgia e após 4 semanas. 

Os resultados mostram que a histerectomia simples não é inferior a histerectomia radical ao avaliar a recorrência pélvica em 3 anos. Adicionalmente, a abordagem mais conservadora também apresentou menor incidência de comorbidades urinárias associadas. 

 

Referências: 

  1. Santoro A, Inzani F, Angelico G, et al. Recent Advances in Cervical Cancer Management: A Review on Novel Prognostic Factors in Primary and Recurrent Tumors. Cancers (Basel). 2023.
  2. Plante M, Kwon JS, Ferguson S, et al. Simple versus Radical Hysterectomy in Women with Low-Risk Cervical Cancer. N Engl J Med. 2024. 

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