Avanços no tratamento do carcinoma urotelial metastático - Oncologia Brasil

Avanços no tratamento do carcinoma urotelial metastático

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Dr. Diogo Rosa, Médico Oncologista do Grupo Oncoclínicas e Diretor Educacional do LACOG-GU, fala sobre os avanços no tratamento do carcinoma urotelial metastático.

De acordo com o especialista, cerca de 85% dos carcinomas uroteliais estão localizados na bexiga e, com menor frequência, podem também se manifestar na pelve renal e ureter. Na maioria dos casos, são tumores superficiais, ou seja, não invadem a musculatura vesical. Sangramento na urina é um dos principais sinais, o que justifica a investigação e posterior diagnóstico.

De maneira geral, o tratamento dos tumores não músculo-invasivos envolve ressecção transuretral e, a depender das características histológicas, terapias intravesicais, como infusão de BCG.

Especificamente sobre o carcinoma urotelial metastático, Dr. Diogo Rosa lembra que durante muito tempo a terapia padrão consistia em quimioterapia à base de cisplatina. Nos últimos anos, entretanto, o surgimento dos inibidores de correceptores imunes mudou a compreensão da oncologia, tanto em termos terapêuticos, quanto em relação ao diagnóstico e prognóstico.

Atualmente, pacientes com carcinoma urotelial metastático inelegíveis para quimioterapia à base de cisplatina (até 50% dos casos) podem realizar o teste de expressão de PD-L1 (ventana SP142 ou DAKO22C3), que avalia já para a primeira linha de tratamento o uso das duas imunoterapias (atezolizumabe e pembrolizumabe, respectivamente) aprovadas no Brasil para esse cenário. A testagem de mutação do gene FGFR desde o início também é possível e permite ao paciente o benefício do uso do erdafitinibe, um inibidor de tirosina quinase pan-FGFR em segunda linha de tratamento.

São inelegíveis para a quimioterapia à base de cisplatina os pacientes que preenchem um ou mais dos seguintes critérios: 

  1. clearence de creatinina < 60% mL/min; 
  2. déficit auditivo avaliado por audiometria; 
  3. insuficiência cardíaca NYHA classe ≥ 3; 
  4. neuropatia periférica; 
  5. performance status < 70% segundo escala de Karnofsky. 

O oncologista ressalta que a testagem tanto da expressão de PD-L1 quanto para mutações em FGFR dispende tempo em excesso, além de ser onerosa aos pacientes que lidam com uma doença bastante agressiva. Nesse sentido, o GUIDE um consórcio entre as empresas Roche e Janssen une ambas as testagens em uma única solicitação, aumentando exponencialmente a praticidade na avaliação diagnóstica, prognóstica e, principalmente, terapêutica aos pacientes com carcinoma urotelial metastático.

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