Neste vídeo Lucila Kerbauy, médica hematologista e coordenadora de Terapia Celular Avançada no Hospital Israelita Albert Einstein – apresenta as principais atualizações em linfoma difuso de grandes células B discutidas durante ASH 2024. Acesse e confira na íntegra!
Entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2024, San Diego, Califórnia, sediou a 66ª Reunião e Exposição Anual da American Society of Hematology (ASH). Reconhecido como um dos eventos mais importantes da hematologia global, o congresso reuniu especialistas de diversos países para compartilhar avanços científicos, estudos clínicos inovadores e perspectivas sobre novas abordagens terapêuticas.
Lucila Kerbauy, abordou dois estudos relevantes sobre terapia celular e CAR-T. O primeiro avaliou regimes de linfodepleção com fludarabina e bendamustina em pacientes com linfoma difuso de grandes células B. Com base em dados de mais de 5.000 pacientes, observou-se que o regime com fludarabina apresentou melhores taxas de resposta inicial, mas sem diferenças significativas na sobrevida global ou livre de progressão aos 12 meses. Além disso, o uso de bendamustina resultou em menor incidência de síndrome de liberação de citocinas, neurotoxicidade e citopenia prolongada, indicando menor toxicidade global.
O segundo estudo destacado por Kerbauy foi um ensaio clínico de fase 2 com CAR-T direcionados a CD20 e CD19 (antocel) em pacientes com linfoma difuso de grandes células B, que já haviam recebido pelo menos duas linhas de tratamento. O diferencial do estudo foi a utilização de células frescas, sem criopreservação, possibilitada por um sistema semiautomatizado de manufatura (Prodige®), que reduziu o intervalo entre a leucaférese e a infusão para 14 dias. Entre os 69 pacientes tratados, 91,3% receberam células frescas, obtendo uma taxa de resposta global de 72%, resposta completa de quase 50%, e uma sobrevida livre de progressão, em 12 meses, de 55%. A toxicidade foi baixa, sem casos graves de síndrome de liberação de citocinas e com apenas 4% de neurotoxicidade de grau elevado.
Kerbauy destaca a relevância desses estudos para a prática clínica e o potencial de tratamentos com células CAR-T frescas, mencionando que no Brasil, já possui ensaios clínicos com abordagens semelhantes. Essa evolução da terapia celular demonstra a viabilidade de regimes menos tóxicos e processos mais ágeis, ampliando as possibilidades terapêuticas para pacientes que enfrentam doenças hematológicas complexas.
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