Em estudo, o inibidor potente do KITD816V induziu respostas duradouras que se aprofundaram ao longo do tempo em pacientes com essa doença, independentemente da terapia anterior ou do subtipo apresentado
Durante o American Association for Cancer Research (AACR) Annual Meeting 2021 foi apresentada uma análise provisória e pré-especificada do PATHFINDER (NCT03580655), um estudo de fase II, aberto e de braço único, que avaliou o avapritinibe em pacientes com mastocitose sistêmica avançada, uma neoplasia clonal hematológica induzida pela mutação KITD816V em mais de 90% dos casos, cujas opções de tratamento são limitadas.
Nessa análise, 32 pacientes avaliáveis para resposta com idade ≥ 18 anos foram incluídos. O desfecho primário foi a taxa de resposta geral (TRO) por critérios modificados do International Working Group-Myeloproliferative Neoplasms Research and Treatment e da European Competence Network on Mastocytosis. Os secundários incluíram a alteração média a partir do baseline do TSS (AdvSM-Symptom Assessment Form Total Symptom Score) e a segurança.
Resultados
Em 23 de junho de 2020, 62 pacientes com mastocitose sistêmica avançada receberam avapritinibe 200 mg por via oral uma vez ao dia. A idade média foi de 69 anos, 31% tinham ECOG entre 2 e 3, e 68% dos participantes receberam tratamento sistêmico prévio (55% com midostaurin).
No acompanhamento médio de 10,4 meses, 84% dos pacientes permaneceram em tratamento. A TRO foi de 75% (IC 95%: 57 – 89; P = 1,6×10-9) em 32 participantes avaliáveis para resposta. Remissão completa com recuperação hematológica total ou parcial ocorreu em 19%. O tempo médio de resposta foi de dois meses e as respostas se aprofundaram com o tempo.
A sobrevida global mediana não foi alcançada. A sobrevida global estimada em 12 meses foi de 87%. Houve reduções ≥ 50% da triptase sérica basal (87%; n = 54), agregados de mastócitos da medula (71%; n = 44) e fração alélica KITD816V (53%; n = 33).
O TSS médio na linha de base (n = 56) foi de 18,3. Fadiga, manchas, coceira, rubor e dor abdominal foram os sintomas mais graves. A mudança média no TSS foi de -7,7 (P < 0,001) após seis meses de tratamento (n = 36).
Eventos adversos comuns, incluindo todos os graus e grau ≥ 3, respectivamente, incluíram: periféricos (50%, 3%), edema periorbital (35%, 3%), trombocitopenia (32%, 8%) e anemia (29%, 16%). No geral, 5% dos pacientes descontinuaram o tratamento devido a eventos adversos relacionados ao tratamento e 5% devido à progressão de doença.
Houve três (5%) mortes, todas não relacionadas ao tratamento. Sete (11%) pacientes tiveram eventos adversos de efeito cognitivo (todos de grau 1 a 2). Um participante com trombocitopenia grave antes do tratamento (plaquetas < 50×109/L) apresentou hematoma subdural de grau 4. Os indivíduos subsequentes com trombocitopenia grave pré-tratamento foram excluídos, o monitoramento do nível de plaquetas foi intensificado e a interrupção da dose para trombocitopenia grave foi recomendada. Nenhum evento de sangramento intracraniano ocorreu em 57 pacientes sem trombocitopenia grave antes do tratamento.
Os pesquisadores concluíram que o estudo PATHFINDER mostrou que avapritinibe 200mg ao dia induziu respostas rápidas, que se aprofundaram ao longo do tratamento, e melhoraram os sintomas dos pacientes com mastocitose sistêmica avançada. A medicação foi geralmente bem tolerada e apresentou um perfil de segurança administrável, incluindo redução eficaz do risco de trombocitopenia.
Referências:
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