Primeiro estudo a reportar resultados da combinação do tratamento padrão com inibidores de checkpoint imunológico (ICI) para o tratamento do câncer de mama metastático HER2+, demonstra avanços significativos na sobrevida livre de progressão (SLP) com a incorporação de avelumabe
Os casos de câncer de mama com receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano positivo (HER2+) representam cerca de 15% a 20% de todos os cânceres de mama. Historicamente, este subtipo da doença está associado a um risco elevado de metástases sistêmicas e cerebrais, bem como a uma baixa taxa de sobrevida.
O tratamento padrão para pacientes com câncer de mama metastático HER2+ refratário é a quimioterapia combinada com trastuzumabe. No entanto, ainda permanece incerto se a incorporação de um inibidor do ponto de controle imunológico (ICI), como o avelumabe, ou de um agonista 4-1BB, como o utomilumabe, aumentam a eficácia do tratamento padrão para este grupo de pacientes.
No estudo AVIATOR/TBCRC 045 (NCT03414658), pacientes com idade mediana de 54 anos diagnosticados com câncer de mama metastático HER2+ previamente tratados com trastuzumabe, pertuzumabe e T-DM1 foram randomizados 1:2:2 para receberem tratamento com vinorelbina + trastuzumabe (NH) (18 pacientes), vinorelbina + trastuzumabe + avelumabe (NHA) (45 pacientes) ou vinorelbina + trastuzumabe + avelumabe + utomilumabe (NHAU) (34 pacientes). Indivíduos previamente tratados com vinorelbina ou ICIs foram excluídos. O objetivo inicial do estudo foi comparar a sobrevida livre de progressão (SLP) entre: i) NH vs. NHA e ii) NHA vs. NHAU. No entanto, devido à descontinuação do desenvolvimento utomilumabe, uma análise de futilidade provisória não planejada levou ao fechamento do braço NHAU, e os últimos 13 pacientes foram então randomizados para NH ou NHA. Assim, a comparação entre NH vs. NHA envolveu 60 pacientes e teve como objetivo detectar uma melhora na mediana da SLP de 2 a 4 meses, com análises estatísticas correspondentes.
Com relação aos resultados, o tratamento com NHA aumentou significativamente a taxa de SLP em comparação ao tratamento com NH, sendo 2,0 vs. 3,8 meses (HR: 0,56; intervalo de confiança [IC]: 80%; 0,37-0,86; p=0,04). No entanto, não foram observadas diferenças significativas na SLP entre NHAU e NHA (HR: 1,20; IC: 80%; 0,84-1,73), conforme determinado após o encerramento da NHAU, explicado anteriormente. Entre os 9 pacientes com respostas confirmadas no braço NHA, aproximadamente 33,3% apresentaram uma resposta com duração superior a 12 meses.
Os eventos adversos (EAs) relacionados ao tratamento de graus 3-4 ocorreram em 61% no NH, 62% no NHA e 67% no braço NHAU. Nos tratamentos contendo avelumabe, EAs de todos os graus (exceto grau 5) relacionados ao sistema imunológico incluíram: aumento de AST (15 pacientes), aumento de ALT (9 pacientes), hiper/hipotireoidismo (8 pacientes), insuficiência adrenal (2 pacientes) e pneumonite (1 paciente). A interrupção do tratamento devido a EAs inaceitáveis ocorreu em apenas 1 paciente do braço NHA e 2 pacientes que receberam tratamento NHAU.
Em conclusão, embora o agonista 4-1BB não tenha induzido melhoras na SLP, o estudo demonstrou um aumento significativo da SLP quando o avelumabe foi adicionado ao tratamento padrão do câncer da mama metastático HER2+ em pacientes com histórico de tratamento prévio.
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