Neste vídeo, Dr. Mauro Zukin, oncologista clínico da Oncologia D’Or e membro do GBOT, comenta sobre os dados que levaram a aprovação do atezolizumabe como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) com doença em estágio extenso. Esta droga trouxe um benefício inédito em termos de sobrevida para este perfil de pacientes
Quase dois terços dos pacientes com câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) têm doença em estágio extenso (ES) no momento do diagnóstico, o que está associado a mau prognóstico e taxa de sobrevida em 5 anos < 7%. Poucos avanços ocorreram no cenário de tratamento da doença nos últimos anos, e, sabendo que o CPPC tem uma alta taxa de mutação, havia a teoria de que esses tumores poderiam ser imunogênicos e bons respondedores a inibidores de checkpoint imunológico. Além disso, a adição de imunoterapia à quimioterapia aumentar a imunidade antitumoral e melhora os resultados da imunoterapia. Com base neste racional, o foi desenhado o estudo clínico randomizado, duplo-cego, de fase III IMpower133, no qual atezolizumabe (anti-PD-L1) em combinação com carboplatina e etoposídeo (CP/ET) foi avaliado em comparação com placebo e CP/ET na primeira linha de tratamento de pacientes com CPPC-ES. A partir dos dados do estudo pivotal IMpower133, atezolizumabe foi aprovado pela Anvisa neste cenário.
No estudo IMpower133, pacientes com CPPC-ES não tratados previamente foram randomizados 1:1 para receber quatro ciclos de 21 dias de CP e ET com atezolizumabe ou placebo e, em seguida, manutenção com atezolizumabe ou placebo até toxicidade inaceitável, progressão da doença ou perda do benefício clínico. Os desfechos primários do estudo foram a sobrevida livre de progessão (SLP) e sobrevida global (SG). Já em sua análise primária, tanto a SLP quanto a SG já foram estatisticamente significativas para o grupo tratado com atezolizumabe, em comparação com o grupo placebo. Uma análise atualizada demonstrou benefício consistente de SLP e SG, além da avaliação de biomarcadores tumorais.
Na análise atualizada, o seguimento mediano foi de 22,9 meses, havendo a ocorrência de 302 mortes. A SG mediana foi de 12,3 e 10,3 meses com atezolizumabe mais CP/ET e placebo mais CP/ET, respectivamente (HR, 0,76; IC 95%, 0,60 a 0,95; P = 0,0154). Aos 18 meses, 34,0% e 21,0% dos pacientes estavam vivos nos braços de atezolizumabe e placebo, respectivamente.
As análises exploratórias revelaram que o benefício clínico foi observado em pacientes tratados com atezolizumabe mais CP/ET independente do status dos biomarcadores (carga mutacional do tumor baseado no sangue ou PD-L1).
A adição de atezolizumabe ao CP/ET como tratamento de primeira linha para CPPC-ES demonstrou melhora na sobrevida global dos pacientes, além de um perfil de segurança tolerável. A análise atualizada do estudo IMpower133 confirma o regime de atezolizumabe em combinação com CP/ET como um novo padrão de tratamento para este grupo de pacientes.
Referências:
Horn L, et al., First-Line Atezolizumab plus Chemotherapy in Extensive-Stage Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med. 2018 Dec 6;379(23):2220-2229. doi: 10.1056/NEJMoa1809064. Epub 2018 Sep 25. PMID: 30280641.
Liu SV, et al., Updated Overall Survival and PD-L1 Subgroup Analysis of Patients With Extensive-Stage Small-Cell Lung Cancer Treated With Atezolizumab, Carboplatin, and Etoposide (IMpower133). J Clin Oncol. 2021 Feb 20;39(6):619-630. doi: 10.1200/JCO.20.01055. Epub 2021 Jan 13. PMID: 33439693; PMCID: PMC8078320.
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