Biomarcadores e sua importância para o diagnóstico e tratamento de tumores genitourinários - Oncologia Brasil

Biomarcadores e sua importância para o diagnóstico e tratamento de tumores genitourinários

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O oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Denis Jardim, apresentou uma aula a respeito dos avanços mais recentes da área de Oncologia de Precisão para tumores genitourinários. Os biomarcadores foram colocados como uma peça fundamental na escolha do tratamento adequado e no entendimento da doença.

Alguns dos importantes biomarcadores são alterações em genes envolvidos com o reparo do DNA, principalmente os genes BRCA2, BRCA1, ATM e CHEK2, que estão relacionados a uma sensibilidade maior aos inibidores de PARP (Poliadenosina Difosfato Ribose Polimerase), acrescentou.

Jardim afirma que cerca de 3% dos pacientes com câncer de próstata apresentam uma perda de atividade de enzimas de reparo do tipo mismatch repair, o que confere uma sensibilidade maior a imunoterapia. Acrescenta também que os marcadores para casos como esses já estão praticamente prontos para o uso na prática clínica.

“Por outro lado, existe um caminho direcionado a entender melhor a via do receptor de andrógeno, seja através de variantes de splicing ou através das mutações e aberrações no receptor”, destacou, acrescentando que estas variantes e casos aberrantes podem conferir uma menor sensibilidade dos tumores a antiandrógenos, como apalutamida, abiraterona e enzalotamida. As implicações disso para o tratamento se relacionam à escolha entre a quimioterapia e os novos antiandrógenos.

O uso de testes germinativos, que identificam risco familiar e ajudam a definir drogas, como os inibidores de PARP, também foi destacado, sobretudo para doenças metastáticas e de alto risco. Nos tumores de bexiga, o PDL-1 é um biomarcador importante para definir o uso de imunoterapia para pacientes não-sensíveis a platina, casos nos quais inibidores de PDL-1 podem ser mais eficazes do que o tratamento com carboplatina.

Por fim, foi pontuada a importância que vêm ganhando os inibidores de FGFR, especialmente para pacientes com mutações e fusões nos genes FGFR, especialmente FGFR-2 e FGFR-3. Uma droga desta classe, o erdafitinib, já foi aprovada pela FDA, um primeiro passo para sua inserção na prática clínica no Brasil.

Foram estes os principais tópicos abordados pelo Dr. Denis Jardim na Precision Oncology Review 2019, encontro que trata dos principais e mais atuais temas em Oncologia de Precisão, que ocorreu no dia 03 de agosto, em São Paulo (SP). O evento tem a organização educacional da Oncologia Brasil, com o apoio educacional da Dasa – GeneOne, Roche e Bayer.