Durvalumabe + ceralasertibe, mediante avaliação molecular do tumor, propicia em CPNPC refratários à anti-PD(L)1 abordagens com maiores taxas de controle de doença e maior mediana de sobrevida livre de progressão e global
O câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) juntamente com melanoma são os pioneiros no tratamento oncológico baseado na imunoterapia com inibidores de checkpoints imunológicos. Como primeira linha, em pacientes com CPNPC metastático, o modelo de tratamento bem estabelecido pelo Keynote-189 indica o emprego de pembrolizumabe (anti-PD-1) associado à quimioterapia com pemetrexede+ platina, que fornece expressivo aumento na sobrevida global e sobrevida livre de progressão. No entanto, ainda que promissores, o tratamento com o emprego de PD-1 e PD-L1, detém uma importante parcela de pacientes que apresentam progressão da doença.
O estudo clínico de fase II, mutli-arm umbrella, HUDSON, aborda especificamente essa fração de pacientes que progridem após imunoterapia isolada ou combinada de PD-1 ou PD-L1 em paciente com CPNPC. O clinica trial busca avaliar eficácia, segurança e tolerabilidade de múltiplas combinações terapêuticas, com indicações baseadas no perfil molecular tumoral, de modo a se superar a resistência aos inibidores de checkpoints em um contexto tumor-específico. Na WCLC 2022 Benjamin Besse apresenta resultados de eficácia e segurança das combinações de durvalumabe (anti-PD-L1) com: olaparibe (inibidor de PARP; n=87), danvatirsen (inibidor de STAT3; n=45), ceralasertibe (inibidor de ATR; n=66), ou oleclumabe (anti-CD73; n=57).
Foram incluídos, até o presente, 255 pacientes segregados em dois grupos: aqueles cujo tumor tinha perfil correspondente ao biomarcador de cada tratamento (Grupo A) e aqueles que não eram correspondentes (Grupo B). O grupo B foi dividido ainda com base na resistência primária (progressão em menos de 24 semanas de tratamento) ou adquirida (progressão após 24 semanas). As características demográficas e tumorais estão balanceadas entre os grupos de estudo.
Na avaliação de eficácia, a coorte tratada com durvalumabe+ceralasertibe, apresentou numericamente maiores taxas de resposta global (ORR=28,6% no grupo A) e de controle da doença, bem como maior mediana de sobrevida livre de progressão (SLP=8,41 meses no grupo A) e sobrevida global (SG=22,8 meses no grupo A), sendo mais eficaz na coorte com biomarcador correspondente (Grupo A).
Com relação à segurança a maioria dos pacientes reportaram algum tipo de evento adversos relacionado aos tratamentos, no entanto, as taxas de toxicidade grau 3 ou superior e de descontinuação de tratamento foram numericamente inferiores nas coortes de durvalumabe+ceralasertibe e durvalumabe+oleclumabe.
Mesmo que ainda esteja em andamento e algumas coortes estejam em processo de recrutamento, os dados apresentados do estudo HUDSON já demonstram a eficácia, perfil de segurança e tolerabilidade da administração de durvalumabe+ceralasertibe em pacientes com CPNPC resistentes a terapias anteriores com anti-PD-1/PD-L1.
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