O desenho do estudo parte da premissa de que ainda não se sabe precisamente o real impacto do cabozantinibe em 2ª linha terapêutica após o tratamento padrão com ipilimumabe/nivolumabe ou inibidores de correceptores imunes/anti-VEGF
Entre os dias 17 e 19 de fevereiro de 2022, ocorreu o 2022 ASCO® Genitourinary Cancers Symposium em San Francisco (EUA) – principal evento que reúne grandes especialistas de todo o mundo para discutir as atualizações referentes à oncologia geniturinária.
Nesse evento foi apresentado o CABOSEQ, um estudo com referências do mundo real que avaliou a eficácia do cabozantinibe em pacientes com carcinoma de células renais (CCR) avançado após tratamento com imunoterapia, baseando-se em dados do IMDC (International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium). A ideia do estudo parte da premissa de que ainda não se sabe precisamente o real impacto da administração do cabozantinibe na segunda linha terapêutica após o tratamento padrão com ipilimumabe mais nivolumabe (IPI/NIVO) ou combinações de inibidores de correceptores imunes (ICI) mais inibidores de fator de crescimento endotelial vascular (anti-VEGF). Além disso, a atividade das terapias subsequentes aprovadas em 3ª linha (após cabozantinibe) não foi estabelecida.
Usando o conjunto de dados do IMDC, foram examinados todos os pacientes que receberam 2ª linha de cabozantinibe. Analisaram-se desfechos como taxa de resposta geral (TRG), tempo para falha do tratamento (TFT) e sobrevida global (SG) para cabozantinibe em 2ª linha após tratamento com ipilimumabe/nivolumabe, ICI/anti-VEGF e outras abordagens de 1ª linha. Além disso, esses resultados também foram verificados em pacientes que receberam tratamento aprovado após cabozantinibe em 2ª linha.
Resultados:
Foram identificados 346 pacientes que receberam cabozantinibe em 2ª linha (78 pós IPI/NIVO, 46 pós ICI/anti-VEGF e 222 pós outras terapias de 1ª linha). De toda a coorte, 12,6%, 62,6% e 24,8% eram de risco IMDC favorável, intermediário e desfavorável, respectivamente. 84% tinham histologia de células claras, 18,5% com componente sarcomatoide e 38,3% apresentavam metástases ósseas ao diagnóstico.
Tabela 1: desfechos aos pacientes que receberam cabozantinibe em 2ª linha. CABO: cabozantinibe.NE: não estimável. TTF: tempo para falha do tratamento. Median OS: sobrevida global mediana. 1 Year Treatment Failure Free: taxa de pacientes livres de falha terapêutica em 1 ano. 1 Year OS: taxa de sobrevida global em 1 ano. Overall Response Rate: taxa de resposta geral. Adaptado de: https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/205657
Tabela 2: desfechos aos pacientes que receberam 3ª linha terapêutica após falha a cabozantinibe em 2ª linha. Adaptado de: https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/205657
Após ajuste para os critérios IMDC, o hazard ratio para sobrevida global com cabozantinibe em 2ª linha e o tempo para falha de tratamento para ICI/anti-VEGF versus IPI/NIVO foram 1,73 (IC 95%: 0,83-3,62; P = 0,14) e 1,62 (IC 95%: 0,89-2,95; P = 0,11), respectivamente.
Os pesquisadores concluem que há atividade clinicamente significativa de cabozantinibe após ICI/anti-VEGF, IPI/NIVO e outras terapias aprovadas de 1ª linha padrão. Em geral, os desfechos de tempo até o evento e as taxas de resposta são semelhantes, independentemente da terapia de 1ª linha escolhida. Terapias sistêmicas aprovadas após cabozantinibe, principalmente anti-VEGF em monoterapia, também têm atividade, porém diminuída em comparação com linhas anteriores.
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Redatora: Bruna Marchetti
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