Câncer de Mama: nova formulação subcutânea de pertuzumabe e trastuzumabe - Oncologia Brasil

Câncer de Mama: nova formulação subcutânea de pertuzumabe e trastuzumabe

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A agência regulatória americana Food and Drug Administration (FDA) aceitou a inscrição de uma nova formulação dos anticorpos monoclonais trastuzumabe (T) e pertuzumabe (P), em combinação de doses fixas, associados a hialuronidase. A formulação pode ser administrada por via subcutânea (SC) em combinação com quimioterapia intravenosa (IV), para o tratamento de pacientes com câncer de mama e doença positiva para HER2. A inscrição para licença de biológicos permite que a medicação seja avaliada pelo FDA, para eventual aprovação para comercialização futura.

A nova inscrição no FDA se baseia no estudo de fase III FeDeriCa, apresentado no San Antonio Breast Cancer Symposium 2019, no qual essa combinação de T + P mostrou-se não-inferior à opção padrão de T e P IV, em termos de farmacocinética, atividade antineoplásica e segurança.

No estudo, foram recrutadas pacientes recém-diagnosticadas com câncer de mama estádios II-IIIC, positivo para HER2, para tratamento neoadjuvante. As pacientes receberam quimioterapia com doxorrubicina e ciclofosfamida (4 ciclos) e docetaxel (4 ciclos), e foram randomizadas para associação de T + P IV ou doxe fixa SC. Após cirurgia da mama, as mesmas seguiam com terapia adjuvante com a mesma formulação recebida na neoadjuvância.

Na avaliação de concentração sérica das medicações pré-ciclo 8 de quimioterapia, as formulações SC mostraram-se não-inferiores às IV, com médias de 93,7 (SC) vs. 78,5 µg/mL para P e de 68,9 vs. 48,1 µg/mL. As médias geométricas também foram maiores para as formulações SC.

Em termos de eficácia, as taxas de resposta patológica completa (definida como ypT0/Tis, ypN0) foram muito similares entre os dois braços: 59,7% (SC) vs. 59,5% (IV). A segurança das duas formulações também foi comparável, com incidências muito próximas das principais toxicidades, incluindo alopecia, náusea, diarreia, anemia, astenia e cardiotoxicidade.

A combinação IV de T e P já se mostrou ativa em pacientes com câncer de mama positivo para HER2, levando a ganhos em sobrevida global e em taxas de resposta patológica completa. A nova formulação permite uma administração mais rápida e confortável de medicações sabidamente eficazes, para essas pacientes.