CAPItello-291: Desfechos reportados pelo paciente favorecem terapia com Capivasertibe-Fulvestranto em câncer de mama HR+/HER2- avançado - Oncologia Brasil

CAPItello-291: Desfechos reportados pelo paciente favorecem terapia com Capivasertibe-Fulvestranto em câncer de mama HR+/HER2- avançado

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Neste vídeo, o Dr. Romualdo Barroso, Médico Oncologista e Chefe de Pesquisa em Oncologia da Rede DASA, apresenta os dados do estudo CAPItello-291, apresentado durante o San Antonio Breast Cancer Symposium® (SABCS 2023). Acesse e confira na íntegra! 

Cerca de 70% dos tumores de mama expressam receptor de estrógeno e/ou progesterona, na ausência de expressão de HER2. Essas características elencam esse grupo de pacientes como candidatos à terapia endócrina, normalmente um inibidor de aromatase associado à um inibidor de ciclina (CDK4/6). Esse tratamento ainda oferece desafios na clínica dada a ocorrência de progressões/resistências, o que torna a busca por terapias mais eficazes e capazes de prolongar os benefícios, um desafio atual. 

O estudo CAPItello-291, portanto, diante dessa demanda clínica, aposta na utilização do capivasertibe, um inibidor das três isoformas de AKT – cuja via de sinalização muitas vezes está associada com recorrência e resistência terapêutica – no tratamento de pacientes com câncer de mama avançado, receptor hormonal positivo, refratários ou que progrediram ao inibidor de aromatase anteriormente. Os resultados primários do estudo demonstram que a combinação de capivasertibe e fulvestranto prolongou a sobrevida livre de progressão e reduziu em 40% o risco de progressão ou óbito comparado ao braço controle (HR = 0,60; 95%CI: 0,51-0,71). 

Na SABCS 2023, H Rugo e demais investigadores apresentaram os resultados de desfechos reportados pelo paciente. Foram randomizados 708 pacientes sendo 355 no braço Capivasertibe-Fulvestranto e 353 em Placebo-Fulvestranto. Com relação à aplicação dos diversos questionários, houve uma adesão expressiva e similar entre os braços do estudo. Quando avaliado os resultados do EORTC QLQ-C30, os scores funcionais e de sintomas foram mantidos entre os grupos, à exceção da diarreia que foi mais frequente e intensa no braço que recebeu capivasertibe, apresentando um pior score de mais de 10 pontos (mediana de 21,24 vs. 2,75). 

Com relação ao tempo até a deterioração, todas os parâmetros também favoreceram o capivasertibe-fulvestranto à exceção da diarreia (HR = 2,75; 95% CI: 2,01-3,81). Ainda que tenha sido desfavorável ao tratamento proposto, os casos de diarreia reportados foram, em sua maioria, manejáveis resultando em uma baixa taxa de descontinuação por esse motivo (2%; 7/355). 

Mediante a análise do questionário PGI-TT, a maioria dos pacientes relataram “não estar” / “estar pouco” incomodados com o tratamento. Nos primeiros 6 meses, mais pacientes do grupo capivasertibe relataram algum tipo de incômodo, de modo que essa diferença foi mais evidente nos primeiros dois meses do tratamento. 

Os resultados dos desfechos reportados pelo paciente demonstram que os pacientes tratados com Capivasertibe mantêm uma qualidade de vida relacionada à saúde prolongada quando comparada ao grupo placebo. Cabe ressaltar, ainda, que mesmo diante de um cenário de diarreia mais intensa e desfavorável ao fármaco de interesse, essa toxicidade foi consistente e dentro do perfil de segurança esperado para o capivasertibe. Assim, o estudo CAPItello-291 evidencia o perfil risco-benefício positivo da administração de capivasertibe-fulvestranto em pacientes com câncer de mama HR+/HER2- avançado. 

 

Referências

  1. Turner NC, Oliveira M, Howell SJ, et al. Capivasertib in Hormone Receptor-Positive Advanced Breast Cancer. N Engl J Med. 2023.
  2. Rugo H, Oliveira M, Howell S, et al. Patient-reported outcomes from the Phase 3 CAPItello-291 trial investigating capivasertib and fulvestrant for patients with aromatase inhibitor-resistant HRpositive/HER2-negative advanced breast câncer. SABCS 2023. 

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