Carboplatina e paclitaxel é novo esquema padrão para tratamento de CEC de canal anal metastático, segundo estudo - Oncologia Brasil

Carboplatina e paclitaxel é novo esquema padrão para tratamento de CEC de canal anal metastático, segundo estudo

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Tratamento com carboplatina e paclitaxel (esquema CT) teve taxas de resposta equivalentes, mas maior sobrevida e menor toxicidade, em comparação a quimioterapia com cisplatina e 5-fluorouracil (esquema CF), em pacientes com carcinoma escamocelular de canal anal (CECCA) metastático ou com recorrência local inoperável, sem tratamento prévio. Apresentado na ESMO 2018, que vem sendo realizada em Munique, Alemanha, de 19 a 23 de outubro, esse foi o primeiro estudo randomizado prospectivo a ser conduzido nesse cenário.

O estudo de fase II InterAACT recrutou indivíduos de mais de 50 centros oncológicos em todo o mundo e randomizou 91 pacientes para receber cisplatina 60 mg/m2 (D1 de ciclos de 21 dias) e 5-FU 1000 mg/m2 em infusão por 24 horas (D1-4 do ciclo) ou carboplatina AUC 5 (D1 a cada 28 dias) e paclitaxel 80 mg/m2 (D1, D8 e D15 do ciclo). Houve menos eventos adversos no grupo de carboplatina e paclitaxel e as taxas de resposta foram muito similares entre os esquemas: 57,1% no braço de 5-FU vs. 59,0% no braço do taxano.

Houve, porém, aumento significativo de sobrevida favorecendo a combinação de CT. A sobrevida livre de progressão mediana foi de 8,1 meses para CT e 5,7 meses para CF (p = 0,375) e a sobrevida global mediana foi de 20 vs. 12,3 meses também em favor de CT (HR 2,0; p = 0,014). Os eventos adversos graus 3 ou superior foram mais comuns no grupo de CF (76% vs. 71%) e a incidência de eventos adversos graves foi significativamente menor no braço de CT. Dados os benefícios do esquema CT e sua menor toxicidade em relação a CF, os pesquisadores do estudo sugerem que a combinação de carboplatina e paclitaxel seja adotada como nova primeira linha para CECCA metastático.

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