Cemiplimabe neoadjuvante para o tratamento de carcinoma hepatocelular ressecável demonstra taxas de resposta patológica completa - Oncologia Brasil

Cemiplimabe neoadjuvante para o tratamento de carcinoma hepatocelular ressecável demonstra taxas de resposta patológica completa

2 min. de leitura

A imunoterapia neoadjuvante pode induzir respostas patológicas e memória imunológica em diferentes malignidades, sendo uma potencial terapia para o carcinoma hepatocelular 

Um estudo (NCT03916627) de fase II multi-coorte de cemiplimabe (um anticorpo anti-PD-1) neoadjuvante para o tratamento de câncer de pulmão nãopequenas células (CPNPC), carcinoma hepatocelular (CHC) e carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço (todos ressecáveis) foi destaque durante o American Association for CancerResearch (AACR) Annual Meeting 2021Os dados apresentados foram da coorte B, ou seja, dos pacientes com CHC. 

 O ensaio recrutou 21 pacientes para receber dois ciclos de cemiplimabe neoadjuvante (350mg a cada três semanas) seguidos de ressecção cirúrgica e, então, mais oito ciclos do anti-PD-1 na adjuvância. O desfecho primário foi a necrose tumoral significativa, definida como > 70% de necrose no espécime ressecado. Os desfechos secundários incluíram retardo da cirurgia, taxa de resposta geral, eventos adversos (EAs) e infiltração de linfócitos. Os pacientes foram submetidos a biópsias pré-tratamento e coleta de sangue periódica durante todo o tratamento para permitir análises exploratórias, incluindo imuno-histoquímica multiplex e análise proteômica e transcriptômica de uma única célula. 

Resultados 

Todos os pacientes receberam dois ciclos de cemiplimabe pré-operatório e todos, exceto um paciente, foram submetidos à ressecção com sucesso. Um paciente foi diagnosticado com doença metastática no momento da cirurgia e a ressecção foi abortada. 

 Cemiplimabe demonstrou um perfil de risco-benefício aceitável: 90,5% dos pacientes experimentaram algum EA emergente do tratamento (TEAE) de qualquer grau durante o período de tratamento neoadjuvante até o período perioperatório; 28,6% experimentaram qualquer TEAE de grau 3. Um paciente apresentou pneumonite grau 3 durante a terapia neoadjuvante e a cirurgia foi adiada duas semanas após a janela cirúrgica definida pelo protocolo.  

 Dos 20 pacientes com tumores ressecados, quatro (20%) atenderam ao desfecho predefinido de > 70% de necrose tumoral e sete (35%) tiveram ≥ 50% de necrose tumoral. Três (15%) dos quatro pacientes com > 70% de necrose tumoral tiveram uma resposta patológica completa, definida como 100% de necrose tumoral. 

 Foram observados padrões semelhantes de mudança no grau de necrose na avaliação patológica e na ressonância magnética 3D desde o início até a conclusão da imunoterapia. A avaliação patológica inicial sugere uma associação entre a infiltração de células imunes e a resposta do tumor. 

 Esse é o maior ensaio até o momento de monoterapia anti-PD-1 neoadjuvante direcionada ao CHC. Segundo os autores, os dados de resposta patológica suportam o desenvolvimento de estudos maiores para identificar os desfechos clínicos ideais que se correlacionam com a melhora na sobrevida, estabelecendo a utilidade e a segurança do bloqueio de PD-1 perioperatório. 

 Referências:  

  1. Marron TU, et alNeoadjuvant cemiplimab demonstrates complete pathological responses in hepatocellular carcinoma. Abstract CT182. AACR Annual Meeting. 2021. 

 

   

Aviso Legal: Todo conteúdo deste portal foi desenvolvido e será constantemente atualizado pela Oncologia Brasil, de forma independente e autônoma, sem qualquer interferência das empresas patrocinadoras e sem que haja qualquer obrigação de seus profissionais em relação a recomendação ou prescrição de produtos de uma das empresas. As informações disponibilizadas neste portal não substituem o relacionamento do(a) internauta com o(a) médico(a). Consulte sempre seu médico(a).