CheckMate 358: análise da combinação de nivolumabe (NIVO) e ipilumabe (IPI) no tratamento de pacientes com carcinoma de células de Merkel (MCC) metastático ou recorrente - Oncologia Brasil

CheckMate 358: análise da combinação de nivolumabe (NIVO) e ipilumabe (IPI) no tratamento de pacientes com carcinoma de células de Merkel (MCC) metastático ou recorrente

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Os pacientes com MCC avançado que receberam terapia com NIVO ou NIVO+IPI apresentaram eficácia clínica durável em casos avançados, mas devido à limitação do estudo não randomizado, os resultados não sugerem que houve benefícios na adição de IPI ao tratamento com NIVO 

 

O carcinoma de células de Merkel (MCC) metastático/recorrente é um tipo raro e agressivo de câncer de pele. Na maioria dos casos, tem-se maior expressão de PD-L1 (do inglês “programmed cell death ligand 1”) e estudos anteriores mostraram que seu bloqueio ou a associação de terapias que inibem seu receptor (PD-1) em associação a medicamentos anti-CTLA-4 levou ao aumento da sobrevivência de pacientes com MCC metastático e melhora dos resultados, porém maiores investigações ainda são necessárias. Nesse contexto, o objetivo do estudo CheckMate 358, de perfil internacional, multicêntrico, open-label, não comparativo, e de fase I/II, foi avaliar a combinação de nivolumabe (NIVO) e  ipilimumabe (IPI) em pacientes com MCC recorrente ou metastático. 

O estudo avaliou 68 pacientes que apresentaram MCC recorrente ou metastático independente do status de PD-L1, com duas ou menos terapias anteriores, status de performance ECOG 0-1 e nenhuma terapia prévia com inibidores de checkpoint imunológico (CI). Os indivíduos receberam NIVO (240mg) a cada duas semanas ou NIVO (3mg/kg) combinado a IPI (1mg/kg) a cada seis semanas durante 24 meses ou menos, ou até apresentação de progressão da doença, toxicidade inaceitável ou retirada do consentimento. O desfecho primário foi a taxa objetiva de resposta (ORR), e os desfechos secundários analisados foram a duração da resposta (DOR), sobrevivência livre de progressão (PFS) e sobrevida geral (OS).  

Entre os pacientes do braço NIVO (n=25), a média de idade era de 66 anos (27-88), dos quais 10 indivíduos (40%) apresentaram ECOG de valor 1 e 15 (60%) eram naive para os tratamentos, enquanto no grupo NIVO+IPI (n=43), a média de idade era de 70 anos (48-80), dentre os quais 27 (62.8%) apresentaram ECOG de valor 1 e 33 (76.7%) não tinham sido submetidos a tratamento prévio.  

A duração do tratamento foi de 15.8 meses nos indivíduos NIVO e 6 meses para NIVO+IPI. Os resultados mostraram que a taxa objetiva de resposta (ORR) foi similar entre os dois grupos, sendo de 60% em NIVO (95% CI, 38.7-78.9) e 58.1% nos pacientes que receberam NIVO+IPI (95% CI, 42.1 – 73.0). A duração da resposta ao tratamento foi maior no grupo NIVO (95% CI, 60.6%) em comparação a NIVO+IPI (95% CI, 25.9%), com sobrevivência livre de progressão (95% CI, NIVO: 21.3 meses vs NIVO+IPI: 8.4 meses) e sobrevida geral (95% CI, NIVO: 80.7 meses vs NIVO+IPI: 29.8 meses). Além disso, os motivos mais comuns para a suspensão do tratamento foram a progressão da doença (NIVO: 28%, NIVO+IPI: 32.6%) ou toxicidade (NIVO: 20%, NIVO+IPI: 25.6%), ocorrendo o registro de uma morte relacionada ao tratamento em cada grupo (NIVO: pneumonite; NIVO+IPI: distúrbio de motilidade gastrointestinal). 

Sendo assim, o estudo conclui que ambos os tratamentos demonstraram eficácia clínica durável em casos avançados de MCC e, devido à limitação na comparação entre os grupos devido aos ensaios não randomizados, os resultados não sugerem benefícios na adição de IPI ao tratamento com NIVO.  

 

Referência: 

Bhatia S. et al. Non-comparative, open-label, international, multicenter phase I/II study of nivolumab (NIVO) ± ipilimumab (IPI) in patients (pts) with recurrent/metastatic Merkel cell carcinoma (MCC) (CheckMate 358). 2023 ASCO Annual Meeting (Abst 9506). 

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