Nivolumabe demonstrou sobrevida global superior versus quimioterapia em pacientes com carcinoma epidermoide de esôfago previamente tratados, segundo os dados do ATTRACTION-3. No ASCO 2021, foram divulgados os dados de eficácia da imunoterapia no cenário de primeira linha do Checkmate 648
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foram apresentados os dados iniciais de sobrevidas global (SG) e livre de progressão (SLP) do CheckMate 648 (NCT03143153), o primeiro estudo global, randomizado e de fase III, que avalia nivolumabe + ipilimumabe ou nivolumabe combinado à fluorouracil + cisplatina versus fluorouracil + cisplatina em indivíduos com carcinoma espinocelular (CEC) de esôfago avançado não ressecável, recorrente ou metastático previamente não tratado.
Os pacientes foram randomizados para nivolumabe (240mg a cada duas semanas) + quimioterapia (fluorouracil + cisplatina a cada quatro semanas); nivolumabe (3mg/kg a cada duas semanas) + ipilimumabe (1mg/kg a cada seis semanas); ou quimioterapia sozinha. Os desfechos primários para ambas as comparações foram SG e SLP por revisão central independente cega (BICR) em pacientes com expressão de PD-L1 ≥ 1% nas células tumorais. Os desfechos secundários testados hierarquicamente incluíram SG e SLP em todos os pacientes randomizados.
Resultados:
Ao todo, 970 pacientes foram randomizados para nivolumabe + quimioterapia, nivolumabe + ipilimumabe e quimioterapia (sendo 49% deles com PD-L1-positivo). Após um acompanhamento mínimo de 13 meses, nivolumabe + quimioterapia foi superior em SG versus quimioterapia (15,4 versus 9,1 meses; HR 0,54; IC 99,5% 0,37 – 0,8; P < 0,0001), assim como nivolumabe + ipilimumabe versus quimioterapia (13,7 versus 9,1 meses; HR 0,64; IC 98,6% 0,46 – 0,9; P = 0,001) em pacientes com PD-L1 ≥ 1%. Também houve ganho de SG na população total randomizada, com 13,2 versus 10,7 meses a favor de nivolumabe + quimioterapia (HR 0,74; IC 99,1% 0,58 – 0,96; P = 0,0021) e 12,8 versus 10,7 meses a favor de nivolumabe + ipilimumabe (HR 0,78; IC 98,2% 0,62 – 0,98; P = 0,011) quando comparados à quimioterapia sozinha.
O benefício estatisticamente significativo para SLP também foi observado para nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia (HR 0,65; IC 98,5% 0,46 – 0,92; P 0,0023) em pacientes com PD-L1 ≥ 1%. Entretanto, a SLP para nivolumabe + ipilimumabe versus quimioterapia em pacientes com PD-L1-positivo não atingiu o limite pré-especificado para significância.
A taxa de resposta objetiva (TRO) por BICR foi de 53% (nivolumabe + quimioterapia), 35% (nivolumabe + ipilimumabe) e 20% (quimioterapia) em pacientes com PD-L1 ≥ 1% nas células tumorais. A TRO em todos os participantes randomizados foi de 47%, 28% e 27%, respectivamente.
A mediana de duração de resposta para indivíduos com CEC de esôfago PD-L1 ≥ 1% foi, respectivamente, 8,4; 11,8 e 5,7 meses. A mediana para toda a população randomizada, por sua vez, foi de 8,2; 11,1 e 7,1 meses. Não foram identificados novos sinais de segurança.
Os pesquisadores concluem que tanto nivolumabe combinado à quimioterapia quanto ao ipilimumabe demonstrou SG superior versus quimioterapia sozinha, além de respostas objetivas sustentadas e segurança aceitável na população com CEC de esôfago avançado, representando uma potencial nova opção de tratamento em 1a linha.
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