Em vídeo, Dra. Renata D’Alpino, Oncologista Clínica do Centro Paulista de Oncologia (Grupo Oncoclínicas) e Diretora Científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), analisa o maior estudo global de fase III de terapia baseada em anti-PD(L)-1 em câncer gástrico ou gastroesofágico avançado/metastático previamente não tratado
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foram apresentados dados adicionais referentes a todos os pacientes incluídos no CheckMate 649 (NCT02872116), um estudo de fase III, randomizado, multicêntrico e aberto, que comparou nivolumabe em combinação com quimioterapia a base de fluoropirimidina e platina versus quimioterapia isolada em indivíduos com câncer gástrico ou gastroesofágico avançado/metastático previamente não tratados.
Os pacientes elegíveis tinham câncer gástrico, câncer da transição esofagogástrica ou adenocarcinoma de esôfago avançado não tratado, irressecável ou metastático. Indivíduos HER2-positivos foram excluídos. Os pacientes foram randomizados para receber nivolumabe (360mg a cada três semanas ou 240mg a cada duas semanas) + quimioterapia (XELOX a cada três semanas ou FOLFOX a cada duas semanas), ou quimioterapia. Os desfechos primários duplos para nivolumabe + quimioterapia versus quimioterapia foram SG e SLP por revisão central cega em pacientes PD-L1 CPS ≥ 5. Os desfechos secundários testados hierarquicamente foram SG em todos os pacientes randomizados e também nos pacientes com PD-L1 CPS ≥ 1.
Resultados:
No acompanhamento mínimo de 12 meses para 1581 pacientes randomizados, a combinação de nivolumabe + quimioterapia teve um benefício de SG estatisticamente significativo versus quimioterapia (HR 0,80; IC 99,3% 0,68-0,94; P = 0,0002) em todos os pacientes randomizados. O benefício de SLP também foi observado (HR 0,77; IC 95% 0,68–0,87). O ganho em SG foi observado em vários subgrupos pré-especificados, consistentes com a população primária.
Eventos adversos relacionados ao tratamento de grau 3-4 (TRAEs) foram relatados em 59% (nivolumabe + quimioterapia) e 44% (quimioterapia) dos indivíduos. Pacientes no braço de nivolumabe + quimioterapia diminuíram o risco de deterioração dos sintomas no tratamento em comparação àqueles no braço da quimioterapia (HR 0,77; IC 95% 0,63-0,95; P = 0,0129). A tolerabilidade foi semelhante em ambos os grupos de tratamento.
Os pesquisadores concluem que a adição de nivolumabe à quimioterapia demonstrou benefício de SG e SLP em todos os pacientes randomizados, junto com um perfil de segurança aceitável e tolerabilidade mantida, bem como qualidade de vida, fornecendo suporte adicional para a combinação de quimioterapia mais nivolumabe como um tratamento padrão de 1a linha para câncer gástrico ou gastroesofágico avançado/metastático previamente não tratado.
Recentemente, foi aprovado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a combinação de nivolumabe com quimioterapia, independente do status de PDL-1, para os pacientes com câncer gástrico de junção gastroesofágica.
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