As terapias à base de rituximabe são padrão no tratamento do Linfoma não-Hodgkin indolente (iLNH) recidivado ou refratário. Copanlisibe, um inibidor intravenoso do PI3K, demonstrou eficácia e segurança como monoterapia para pacientes com linfoma folicular (LF) recorrente tratados com duas ou mais terapias sistêmicas prévias
Durante o American Association for Cancer Research (AACR) Annual Meeting 2021 foram apresentados os dados primários do CHRONOS-3 (NCT02367040), um estudo de fase III, multicêntrico, duplo-cego, randomizado, cujo objetivo foi avaliar a eficácia e segurança do copanlisibe versus placebo associados ao rituximabe em pacientes com Linfoma não-Hodgkin indolente (iLNH) recidivado. O estudo foi concomitantemente publicado no The Lancet Oncology.
Pacientes com iLNH recidivado que estavam livres de progressão e sem tratamento por 12 ou mais meses após a última terapia baseada em rituximabe, ou não candidatos para quimioterapia, foram randomizados 2:1 para receber:
O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada centralmente, e os secundários envolveram a taxa de resposta objetiva (TRO), duração da resposta, taxa de resposta completa (TRC), sobrevida global (SG) e eventos adversos emergentes do tratamento (TEAEs).
Resultados
Ao todo, 307 participantes foram randomizados para o braço copanlisibe e 151 para o placebo. LF foi o subtipo histológico mais comum (60%), seguido pelo linfoma da zona marginal (LZM, 20,7%), linfocítico de pequenas células (LLP, 10,9%) e macroglobulinemia linfoplasmocítica/Waldenström (LPL/MW, 8,3%). A idade média foi de 63 anos.
Com um acompanhamento médio de 19,2 meses, o desfecho primário do estudo foi alcançado, em que a combinação de copanlisibe mais rituximabe aumentou significativamente a SLP versus placebo mais rituximabe, com medianas de 21,5 versus 13,8 meses (HR 0,52; IC 95% 0,39-0,69; p = 0,000002), respectivamente. Reduções no risco de progressão e morte também foram observadas em todos os subtipos histológicos, conforme os respectivos hazard ratios (IC 95%) abaixo:
As TRO foram 80,8% (taxa de resposta completa [TRC] de 33,9%) para o braço de copanlisibe e 47,7% (TRC de 14,6%) para o braço do placebo. TRO e TRC mais altas foram observadas em todos os subtipos de iLNH com o inibidor de PI3K. A SG mediana não foi estimável.
TEAEs grau ≥ 3 mais comuns no grupo copanlisibe foram hiperglicemia (56,4%), hipertensão (39,7%) e diarreia (4,9%). Os eventos adversos graves foram maiores com copanlisibe (47,2%) versus placebo (18,5%). TEAEs grau 5 ocorreu em 6 (2,0%) e 1 (0,7%) pacientes que receberam, respectivamente, copanlisibe e placebo (associados a rituximabe).
Os autores concluem que a combinação de copanlisibe mais rituximabe demonstrou ampla eficácia e superioridade em termos de SLP em comparação ao placebo mais rituximabe em pacientes com iLNH recidivado. O perfil de segurança foi gerenciável e consistente com os dados conhecidos de copanlisibe e rituximabe em monoterapia. Esses dados representam uma nova opção de terapia para o iLNH recidivado em todos os subtipos histológicos.
Referências:
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