Combinação de enzalutamida e abiraterona não se mostrou eficaz contra câncer de próstata metastático - Oncologia Brasil

Combinação de enzalutamida e abiraterona não se mostrou eficaz contra câncer de próstata metastático

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Chicago (EUA) – Um novo estudo que comparou a eficácia da associação de antiandrogênicos em primeira linha para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) foi apresentado durante a sessão de trabalhos orais sobre câncer de próstata, no primeiro dia do ASCO 2019. Maior congresso de oncologia clínica e hematologia do mundo, o evento ocorre de 31 de maio a 4 de junho, em Chicago (EUA).

O trabalho, apresentado por Michael Morris, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center de Nova Iorque (EUA), avaliou pacientes com CPRCm que não haviam recebido previamente abiraterona ou enzalutamida e que não haviam sido tratados para a doença resistente à castração. Os indivíduos recrutados foram divididos em dois grupos: um para apenas enzalutamida (ENZ) como tratamento padrão; o outro, uma combinação de ENZ, abiraterona (ABI) e prednisona. Ambos os grupos se mantiveram em terapia de privação androgênica (androgen deprivation therapy – ADT) durante todo o estudo e foram avaliados para o desfecho primário de sobrevida global (SG).

Com pouco mais de 650 pacientes em cada braço, o estudo foi negativo para SG, com medianas de 33,6 (ENZ) vs. 32,7 (ENZ/ABI) meses. O desfecho secundário de taxa de queda do PSA > 50% também não revelou grande diferença entre os grupos: 80% vs. 76,5%. O perfil de toxicidade, no entanto, foi consideravelmente pior no grupo de ENZ/ABI, com 68,8% de pacientes apresentando algum evento adverso graus 3-5 e 12% necessitando de interrupção do tratamento, em comparação a 55,6% e 5% no grupo de ENZ isolado, respectivamente.

Os achados reiteraram que a combinação de antiandrogênicos com ações similares não parece ser benéfica para pacientes com CPRCm, acarretando ainda em efeitos colaterais potencialmente graves quando utilizada.