Combinação de ibrutinibe e rituximabe tem eficácia superior a terapia padrão para tratamento de LLC - Oncologia Brasil

Combinação de ibrutinibe e rituximabe tem eficácia superior a terapia padrão para tratamento de LLC

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Pesquisadores publicaram no NEJM um novo estudo de fase III randomizado, em pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) virgens de tratamento. O trabalho comparou a eficácia da associação de ibrutinibe (IBR), um inibidor irreversível da tirosina quinase de Bruton, e rituximabe (RTX) à terapia padrão com quimioimunoterapia (fludarabina, ciclofosfamida e RTX), a qual parece ser especialmente eficaz em pacientes com mutação do gene da região variável da cadeia pesada da imunoglobulina (IGHV).

Os pacientes, randomizados em razão 2:1, recebiam um ciclo de IBR, seguido de seis ciclos de IBR + RTX, seguidos de manutenção com IBR até progressão de doença, ou seis ciclos de quimioimunoterapia. Todos os pacientes receberam profilaxia para Pneumocystis jirovecii e herpes zoster durante o primeiro ano de tratamento.

Dos 529 indivíduos recrutados, 354 foram alocados no braço de IBR + RTX e 175 no de quimioimunoterapia. O desfecho primário era sobrevida livre de progressão (SLP), que se mostrou superior para o braço experimental, com taxas de 89,4% vs. 72,9% em 3 anos (HR 0,35; IC 95% 0,22-0,56; p < 0,001). A análise interina do desfecho secundário de sobrevida global também favoreceu o grupo de IBR + RTX, com 98,8% vs. 91,5% dos pacientes vivos em 3 anos (HR 0,17; IC 95% 0,05-0,54; p < 0,001), nos braços experimental e de terapia padrão, respectivamente.

Uma análise de subgrupo mostrou resultados promissores principalmente para pacientes sem mutação de IGHV, com SLP em 3 anos de 90,7% vs. 62,5% (HR 0,26; IC 95% 0,14-0,50), favorecendo o grupo de IBR + RTX. Já no subgrupo de pacientes com mutação de IGHV, a SLP foi similar com ambos os tratamentos estudados: 87,7% (IBR + RTX) vs. 88,0% (quimioimunoterapia) em 3 anos. A incidência de eventos adversos grau > 3 foi similar nos dois grupos, com diferença principal nas complicações infecciosas de grau > 3, que se mostraram menos frequentes no braço de IBR + RTX (10,5% vs. 20,3%).

Diante desses resultados, a combinação de IBR e RTX desponta como opção de tratamento em primeira linha para paciente com LLC, ressaltando-se, porém, o potencial custo elevado dessa terapia e o benefício ainda interrogado na população com IGHV mutado. Você pode ler o trabalho original aqui.