Nos últimos anos, observamos avanços significativos no manejo do câncer de pulmão células não pequenas metastático (CPCNPm) sem drivers moleculares, incluindo a aprovação de monoterapia com anti-PD-1 ou em associação à quimioterapia citotóxica como opções de tratamento na primeira linha.
Nova análise derivada do estudo randomizado, open-label, de fase 3, CheckMate 227 avaliou a eficácia da combinação do anti-PD-1 nivolumabe (NIVO) ao anti-CTLA-4 ipilimumabe (IPI) nesse cenário, à semelhança do que se pratica em outros tumores, como melanoma e carcinoma de células renais.
Na parte 1a do trial, foram incluídos pacientes com CPCNP recorrente ou estadio IV, de histologia escamosa ou não escamosa, EGFR/ALK negativos, não expostos à terapia sistêmica prévia e com expressão de PD-L1 > 1%. Os participantes foram randomizados (1:1:1) para receberem nivolumabe (3 mg/Kg a cada duas semanas) + ipilimumabe (1 mg/Kg a cada 6 semanas), nivolumabe isoladamente (240 mg a cada duas semanas) ou quimioterapia (QT) baseada em platina (a cada três semanas) por até 4 ciclos.
O endpoint primário, reportado em recente publicação do NEJM, correspondia à sobrevida global (SG) nessa população, do braço tratado com NIVO+IPI em comparação à QT.
No total, 2876 pacientes foram recrutados; 1189 com PD-L1 > 1% perfizeram a randomização, dos quais 396 receberam NIVO+IPI e 397 doublet de platina. A mediana de SG no grupo NIVO+IPI foi 17,1 meses (IC 95%, 15,0 a 20,1) e 14,9 meses nos pacientes tratados com QT (IC 95%, 12,7 a 16,7), p=0,007. O hazard ratio (HR) para morte foi de 0,79 (97,72% CI, 0,65 a 0,96).
Na análise de subgrupos, houve benefício da combinação na grande maioria dos indivíduos, exceto nos portadores de metástases hepáticas e não tabagistas. A TRO foi 35,9% com NIVO+IPI e 30% com QT. A duração de resposta correspondeu a 23,2 meses versus 6,2 meses, favorecendo a imunoterapia. O ganho em SG se estendeu também à população com PD-L1 < 1% (17,2 meses vs. 12,2 meses). Eventos adversos graus 3/4 ocorreram em 32,8% no grupo NIVO+IPI e 36% no grupo que recebeu QT.
Embora sejam necessários estudos adicionais, esses dados corroboram a eficácia do duplo bloqueio de correceptores imunes no tratamento de pacientes com CPCNPm em primeira linha. Saiba mais em:
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