Combinação de rucaparibe e nivolumabe no tratamento do câncer de pulmão de células pequenas - Oncologia Brasil

Combinação de rucaparibe e nivolumabe no tratamento do câncer de pulmão de células pequenas

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A seleção de pacientes com base na sensibilidade à platina é uma abordagem promissora para o uso de inibidores de PARP associados aos inibidores de PD-(L)1 como terapia de manutenção no CPPC com doença extensa

Durante a 2021 World Conference on Lung Cancer (WCLC 2021), foi apresentada uma análise interina de um estudo que avaliou a associação do rucaparibe (inibidor da PARP) ao nivolumabe em pacientes com câncer pulmão de pequenas células com doença extensa (CPPC-DE) sensíveis à platina. 

Este estudo de fase II de braço único (NCT03958045) inscreveu pacientes com CPPC-DE que alcançaram remissão parcial ou completa (por RECIST 1.1) pós-quimioterapia de primeira linha com doublet de platina (cisplatina ou carboplatina + etoposídeo). A seguir, os participantes receberam nivolumabe 480 mg IV a cada 4 semanas e rucaparibe 600 mg via oral duas vezes ao dia como manutenção após terapia de indução com platina. Na ausência de atrasos por eventos adversos, o tratamento de manutenção é previsto por 24 meses. O desfecho primário foi a mediana de sobrevida livre de progressão (SLP). O desfecho secundário incluiu avaliação de respostas objetivas e perfil de toxicidade. Os estudos de biomarcadores incluíram ensaio imune de pré-tratamento e durante o tratamento, assim como status de mutação do DNA circulante tumoral TP53. 

 

Resultados 

Um total de 16 pacientes de uma inscrição total planejada de 36 foram tratados até 7 de abril de 2021. A idade média foi de 62,5 anos e todos receberam pelo menos 4 ciclos de doublet de platina com pelo menos uma resposta parcial (RP) por RECIST1.1 no momento da inscrição. O benefício clínico foi observado em nove pacientes (56%; sendo 2 com resposta parcial; 7 com doença estável; e 7 com progressão de doença por RECIST1.1).  

A SLP mediana foi de 2,8 meses a partir do momento da inscrição na manutenção (ou seja, pós doublet de platina). A mediana de SLP a partir do momento do diagnóstico, por sua vez, foi de 7,4 meses. Os pacientes que não progrediram no momento da análise ainda estão em tratamento ativo (n = 5). O paciente com tratamento mais longo está se aproximando dos 16 meses de terapia.  

Os autores concluem que, nesta análise interina, 56% dos pacientes receberam benefício clínico. O histórico de SLP na primeira linha, com ou sem imunoterapia, varia de 4 a 6 meses. Nesta análise interina, a mediana de SLP está em 7,4 meses a partir do momento do diagnóstico. A seleção de pacientes com base na sensibilidade à platina é uma abordagem promissora para o uso de inibidores de PARP associados aos inibidores de PD-(L)1 como terapia de manutenção no câncer pulmão de pequenas células com doença extensa.  

 

Referências: 

  1. ChauhanA, et al. A Phase II Study of Frontline Rucaparib + Nivolumab in Platinum Sensitive ES SCLC: Interim Analysis. Oral session OA07.03. 2021 World Conference on Lung Cancer, September 8 – 14, 2021.