Consolidação de durvalumabe após quimiorradioterapia em pacientes com CPNPC: regime PACIFIC - Oncologia Brasil

Consolidação de durvalumabe após quimiorradioterapia em pacientes com CPNPC: regime PACIFIC

2 min. de leitura

Neste vídeo, Dra. Tércia Soares de Souza, oncologista clínica no Americas Centro de Oncologia Integrado, comenta sobre os dados de sobrevida global e sobrevida livre de progressão para a consolidação de durvalumabe após CRT em pacientes com CPNPC

PACIFIC é um estudo de fase III, controlado por placebo, de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) de estágio III irressecável, cuja doença não havia progredido após quimiorradioterapia concomitante à base de platina (cCRT). Já na análise primária deste estudo, durvalumabe (anti-PD-L1) melhorou a sobrevida global (SG) (razão de risco estratificada [HR] 0,68; IC 95% 0,53-0,87; p = 0,0025; corte de dados [DCO] 22 de março de 2018) e sobrevida livre de progressão (SLP) (HR estratificado 0,52, IC 95% 0,42-0,65; p <0,0001; DCO fevereiro 13, 2017) O grau de benefício permaneceu consistente nas atualizações subsequentes. Durvalumabe foi associado a um perfil de segurança administrável e não afetou negativamente os resultados relatados pelo paciente, em comparação com o placebo. Esses achados estabeleceram a consolidação de durvalumabe após CRT (o “regime PACIFIC”) como o padrão de tratamento neste cenário.  

Este estudo randomizou (2: 1) pacientes adultos, portadores de CPNPC, doença localmente avançada irressecável, estágio III, cuja doença não progrediu após dois ou mais ciclos de cCRT. A expressão de PD-L1 e status mutação não foram critérios de estratificação. Os desfechos primários foram SG e SLP (revisão central independente cega; RECIST v1.1) na população com intenção de tratar (ITT).  

No geral, 709/713 pacientes randomizados receberam tratamento nos braços de durvalumabe (n/N = 473/476) ou placebo (n/N = 236/237). O último paciente completou o tratamento do estudo em maio de 2017. Em 11 de janeiro de 2021 (duração média de acompanhamento de 34,2 meses em todos os pacientes; intervalo, 0,2–74,7 meses), SG atualizado (HR estratificado 0,72, IC 95% 0,59– 0,89; mediana de 47,5 vs 29,1 meses) e SLP (HR estratificado 0,55, 95% CI 0,45–0,68; mediana de 16,9 vs 5,6 meses) permaneceram consistentes com os resultados das análises primárias. As taxas de SG em 60 meses foram de 42,9% e 33,4% com durvalumabe e placebo, respectivamente, e as taxas de SLP em 60 meses foram de 33,1% e 19,0%, respectivamente.  

Estas análises de sobrevida atualizadas, com base em dados de 5 anos do PACIFIC, demonstram SG robusta e sustentada mais o benefício SLP durável com o regime PACIFIC. Estima-se que 42,9% dos pacientes randomizados para durvalumabe permanecem vivos em 5 anos e aproximadamente um terço permanece vivo e livre de progressão da doença, corroborando para o regime PACIFIC como padrão de tratamento para este subgrupo de pacientes.  

Referência: David R. Spigel et al., Five-year survival outcomes with durvalumab after chemoradiotherapy in unresectable stage III NSCLC: An update from the PACIFIC trial. Journal of Clinical Oncology 2021 39:15_suppl, 8511-8511.