Dados de taxa de resposta com a combinação cabozantinibe e atezolizumabe em mCRPC

O Dr. Manuel Maia, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Paraná, comentou os resultados do estudo COSMIC-021, apresentados no ASCO Genitourinary Cancers Symposium (ASCO GU) 2020, evento que ocorre em São Francisco (EUA), de 13 a 15 de fevereiro.

O estudo de fase Ib avaliou a eficácia de cabozantinibe em associação ao inibidor de correceptores imunes atezolizumabe, em pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático (CPRCm), que haviam progredido após enzalutamida e/ou abiraterona. O Dr. Manuel ressaltou que o uso de cabozantinibe pode levar a modulação do macroambiente tumoral, tornando-o mais imunopermissivo e levando a possível potencialização da ação da imunoterapia.

Dos 44 pacientes avaliados, 34% apresentavam metástases viscerais e quase 61% apresentavam metástases linfonodais extrapélvicas, características usualmente relacionadas a maior agressividade da doença. Ainda assim, a taxa de resposta objetiva foi de 32%, com outros 48% dos pacientes com doença estável. A duração mediana de resposta foi de 8,3 meses e, dentre os repondedores, 67% apresentaram queda de mais de 50% do valor do PSA.

O Dr. Manuel lembrou, no entanto, que as toxicidades foram importantes, com quase 60% de eventos adversos graus 3-4 e que reduções de dose foram frequentes, evidenciando que a combinação não é tão facilmente tolerada. O médico também destacou que estudos de fases II e III ainda são aguardados, para confirmação do benefício desse esquema, mas que certamente a combinação tem uma atividade promissora nessa população de pacientes com CPRCm com múltiplos tratamentos prévios.

O ASCO GU é um evento que reúne especialistas em tumores genitourinários do mundo todo. Você pode conferir a cobertura completa do evento, com comentários de membros do LACOG GU sobre os principais destaques e novidades, no nosso site e redes sociais!