Desempenho do alectinibe no tratamento de 1L de pacientes com CPNPC com rearranjos de ALK - Oncologia Brasil

Desempenho do alectinibe no tratamento de 1L de pacientes com CPNPC com rearranjos de ALK

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Neste vídeo, Dr. Gustavo Schvartsman, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, comenta sobre o tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de não pequenas células metastático com fusões de ALK, ressaltando a eficácia do alectinibe neste cenário  

 

Os rearranjos do ALK estão entre os mais comuns drivers em câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) avançados, sendo caracterizados por um maior acometimento do sistema nervoso central (SNC) ao diagnóstico e na evolução da doença – além de limitado benefício com quimioterapia citotóxica a base de platina. O crizotinibe foi o primeiro inibidor de tirosina-quinase a demonstrar benefício clínico nessa população, apresentando mediana de sobrevida livre de progressão (mSLP) em primeira linha de 10.9 meses, com grande parte dos pacientes apresentando progressão de doença em SNC. Neste contexto, novos inibidores de ALK mais específicos, potentes e com farmacocinética de penetração em SNC mais favorável foram desenvolvidos. 

O estudo randomizado ALEX, de fase III, demonstrou superioridade em termos de SLP (desfecho primário) do alectinibe (mSLP não atingida) sobre o crizotinibe (mSLP: 11.1 meses), em pacientes virgens de tratamento sistêmico, no cenário metastático. Estes resultados foram obtidos já na primeira análise do estudo, com mediana de segmento de 18 meses, representando uma redução de risco de 57% de progressão de doença com o alectinibe. Nessa primeira análise, apenas 12% dos pacientes apresentaram progressão de doença em SNC, comparado a 45% no grupo do crizotinibe, implicando numa redução de risco de 84% para este desfecho. O tratamento com alectinibe também foi mais bem tolerado em relação à incidência de eventos adversos graus 3-5 (41% vs 50%).  

Na análise com 5 anos de segmento, a mSLP manteve-se a favor do alectinibe (34.8m vs 10.9 meses; HR 0.43, 95%IC 0.32-0.58; p<0.0001) independente de presença de metástases em SNC. Com dados de sobrevida global ainda imaturos (37% de eventos), 62% no grupo alectinibe e 42% no grupo crizotinibe estavam vivos em 5 anos. Com uma mediana de duração de tratamento de 28.1 meses (alectinibe) e 10.8 meses (crizotinibe), a incidência de eventos adversos de graus 3-5 (52.0% vs 56.3%), redução de dose (20.4% vs 19.9%) e descontinuação do tratamento (14.5% vs 16.4%) foi semelhante para os braços alectinibe e crizotinibe respectivamente.  

A despeito de um aumento de custo inicial com uso de alectinibe em primeira linha devido maior sobrevida livre de progressão sobre o crizotinibe, observa-se redução de custos totais decorrente de menores incidências de doença em SNC, de complicações clínicas, de necessidade de outras linhas sequenciais de tratamento e de cuidados de fim de vida, associados à maior sobrevida global e qualidade de vida dos pacientes. Desta forma, em termos de superioridade de benefício clínico e de farmacoeconomia, o alectinibe se consolida como estratégia de primeira linha padrão nesse cenário clínico. 

 

Referências

  1. Peter S, et al. Alectinib versus Crizotinib in Untreated ALK-Positive Non–Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med 2017; 377:829-838.
  2. Mok T, et al. Updated overall survival and final progression-free survival data for patients with treatment-naive advanced ALK-positive non-small-cell lung cancer in the ALEX study. Ann Oncol. 2020 Aug;31(8):1056-1064.

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