Destaques do ASH 2021: novas perspectivas para o tratamento da LLA - Oncologia Brasil

Destaques do ASH 2021: novas perspectivas para o tratamento da LLA

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Neste podcast, Dr. Wellington Fernandes, Médico Hematologista no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP, comenta sobre os principais destaques de leucemia linfoblástica aguda apresentados no ASH 2021

Dr. Wellington traz um panorama das principais apresentações abordando leucemia linfoblástica aguda (LLA) e doenças relacionadas, como a LLA de células B – recém diagnosticada ou recidivada e refratária. Com um especial destaque para a utilização do inotuzumabe ozogamicina (INO) no tratamento destes pacientes. Este é um anticorpo anti-CD22 conjugado com caliqueamicina, já aprovado pelo FDA e ANVISA para LLA recidivada/refratária. A dose inicial aprovada é de 1,8 mg/m2/ciclo em 3 doses divididas. 

O primeiro trabalho comentado pelo especialista, é o estudo GMALL 08/2013, envolvendo pacientes entre 18 e 55 anos de idade e recém-diagnosticados com leucemia/linfoma linfoide agudo LLA/LLB. O estudo está em andamento e programado para recrutar 950 pacientes. Este estudo multicêntrico prospectivo, ainda em andamento, atingiu resultados preliminares importantes.  

Terapia com ASP intensiva e individualizada foi factível, enquanto elevadas taxas de HemCR foram observadas em praticamente todos os subgrupos. Taxas de MolCR variaram de 41% a 74% e uma proporção relevante manteve baixas DRM positivas. Terapias direcionadas a DRM foram realizadas em grande proporção de indivíduos. Respostas ao blinatomumabe in MolFail foram inferiores, quando comparadas a estudos prévios. Respostas à nelarabina em LLA Ph- MolFail corresponderam a apenas 18%. A sobrevida global em pacientes com MolFail se mostrou promissora, entretanto, em combinação com terapia-alvo e transplante de células- tronco.   

Sabe-se também, que o tratamento de pacientes idosos com leucemia linfoblástica aguda do precursor de células B (LLA-BCP) continua sendo uma necessidade médica não atendida. Neste sentido, o INO que é comumente utilizado no tratamento de LLA-BCP recidivada/refratária em adultos, apresenta a síndrome de obstrução sinusoidal (SOS) como principal evento adverso associado à sua administração.  

O estudo EWALL-INO teve como objetivo avaliar a atividade e segurança do INO fracionado em uma dosagem reduzida em combinação com quimioterapia de baixa intensidade como terapia de primeira linha para pacientes mais velhos com CD22+ e cromossomo Philadelphia negativo (Ph-neg) LLA-BCP. Este estudo concluiu que o inotuzumabe ozogamicina fracionado em doses reduzidas (0,8/0,5/0,5/0,5 mg/m²) combinado com quimioterapia de baixa intensidade é uma terapia de primeira linha muito ativa e bem tolerada para pacientes idosos com CD22 + Ph-neg BCP-ALL. 

O especialista também destaca outros estudos demonstrando outras formas de utilização do INO no tratamento da LLA recidivada/refratária, inclusive para pacientes pediátricos. Vale a pena ouvir e conferir o conteúdo completo! 

 

Referências: 

362 – Nicola Goekbuget, MD et al., First Results of the Risk-Adapted, MRD-Stratified GMALL Trial 08/2013 in 705 Adults with Newly Diagnosed Acute Lymphoblastic Leukemia/Lymphoma (ALL/LBL). Presented at ASH annual meeting.  

511 – Patrice Chevallier, MD et al., Fractionated Inotuzumab Ozogamicin Combined with Low-Intensity Chemotherapy Provides Very Good Outcome in Older Patients with Newly Diagnosed CD22+ Philadelphia Chromosome-Negative B-Cell Precursor Acute Lymphoblastic Leukemia: First Results from the EWALL-INO Study. Presented at ASH annual meeting. 

400 – Nicholas J. Short, MD et al., Updated Results from a Phase II Study of Mini-Hyper-CVD Plus Inotuzumab Ozogamicin, with or without Blinatumomab, in Older Adults with Newly Diagnosed Philadelphia Chromosome-Negative B-Cell Acute Lymphoblastic Leukemia. Presented at ASH annual meeting. 

3363 – Fadi Haddad, MD et al., Long-Term Follow-up of the Combination of Low-Intensity Chemotherapy Plus Inotuzumab Ozogamicin with or without Blinatumomab in Patients with Relapsed-Refractory Philadelphia Chromosome-Negative B-Cell Acute Lymphoblastic Leukemia. Presented at ASH annual meeting. 

614 – Ernesto Diaz-Flores, PhD et al., CD22low/Bcl-2high Expression Identifies Poor Response to Inotuzumab in Relapsed/ Refractory Acute Lymphoblastic Leukemia. Presented at ASH annual meeting. 

2853 – Jonathan D. Paolino, MD et al., Low Rates of Venoocclusive Disease and Non-Relapse Mortality in Pediatric Patients Undergoing Allogeneic Hematopoietic Cell Transplantation Following Inotuzumab Ozogamicin Reinduction for Relapsed or Refractory B Cell Acute Lymphoblastic Leukemia. Presented at ASH annual meeting.