DESTINY-Breast03: Segurança de T-DXd vs. T-DM1 em paciente com câncer de mama HER2+ irressecável e/ou metastático - Oncologia Brasil

DESTINY-Breast03: Segurança de T-DXd vs. T-DM1 em paciente com câncer de mama HER2+ irressecável e/ou metastático

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A MDHealth traz, direto da Reunião Anual da ASCO® de 2022, em Chicago – EUA, Dra. Erika P. Hamilton, diretora do Programa de Câncer de Mama e Ginecológico e investigadora do Sarah Cannon Research Institute

Neste vídeo, Dra. Hamilton – que é uma das investigadoras do estudo clínico de fase III, DESTINY-Breast03, comenta a respeito da atualização de segurança sobre T-DXd, e aponta que os dados são animadores para a possível utilização do T-DXd em linhas iniciais de tratamento. Não deixe de assistir e conferir a análise da especialista! 

 

Durante a Reunião Anual da ASCO 2022, Dra. Hamilton apresentou os resultados da análise do perfil de segurança do trastuzumabe deruxtecana versus trastuzumabe emtansina em indivíduos com câncer de mama HER2-positivo (HER2+) irressecável e/ou metastático. Atualmente, o tratamento padrão para câncer de mama metastático HER2+ recém-diagnosticado é pertuzumabe e trastuzumabe (anticorpos anti-HER2) em combinação com um taxano. Em pacientes cuja doença progride após tratamento, o tratamento de segunda linha padrão é o trastuzumabe emtasina. Em 2020, o estudo de fase II DESTINY-Breast01 apresentou uma alternativa de tratamento de segunda linha: o trastuzumabe deruxtecana, que consiste em um conjugado de anticorpo monoclonal anti-HER ligado a uma carga útil do inibidor de topoisomerase I.  

O estudo DESTINY-Breast03 é um ensaio clínico de fase III, multicêntrico, aberto e randomizado que tem como objetivo comparar a atividade antitumoral, bem como a segurança e eficácia do trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) versus trastuzumabe emtansina (T-DM1) em indivíduos com câncer de mama HER2+ irressecável e/ou metastático previamente tratados com trastuzumabe e taxano. Os 524 pacientes selecionados foram distribuídos aleatoriamente em uma proporção de 1:1 nos braços: Experimental – T-DXd e Comparador Ativo – T-DM1. O estudo foi iniciado em 9 de agosto de 2018 e teve data de corte primária (DCO) em 21 de maio de 2021. Foram avaliados os resultados da análise de segurança pré-especificada de eventos adversos emergentes do tratamento (TEAE); os desfechos incluíam tempo até o evento, duração do evento e resolução do mesmo.  

Na data de corte, 116 (45,1%) vs. 39 (14,9%) pacientes permaneceram em tratamento nos braços T-DXd vs. T-DM1. A duração mediana do tratamento foi de 16,1 meses (intervalo 0,7 – 33,0) para T-DXd vs. 6,9 meses (intervalo 0,7 – 28,5) para T-DM1. Os efeitos adversos de qualquer grau, de grau ≥3, e os efeitos adversos graves (SAE) foram semelhantes para T-DXd vs.T-DM1 (99,6% vs. 95,4%; 53,3% vs. 49,8%; e 21,0% vs. 19,2%), enquanto as taxas de incidência ajustadas à exposição (EAIRs; por paciente/ano) para G≥3 e SAEs foram menores para T-DXd vs.T-DM1 (0,42 vs. 0,70 e 0,17 vs. 0,27). 

O tempo mediano para TEAE associado à descontinuação do medicamento ou redução da dose foi maior com T-DXd vs. T-DM1 (224,0 vs. 147,0 dias e 96,0 vs. 19,0 dias, respectivamente). A maioria dos TEAEs em ≥20% dos pacientes foram hematológicos ou gastrointestinais. O tempo mediano para o início do primeiro dos TEAEs selecionados de qualquer grau foi de 70,0 vs. 42,0 dias para anemia; 196,0 vs. 168,0 dias para linfopenia; 132,0 vs. 8,0 dias para trombocitopenia; 22,0 vs. 24,0 dias para fadiga, 74,5 vs. 92,0 dias para leucopenia e 64,0 vs. 105,0 dias para neutropenia, com T-DXd vs. T-DM1, respectivamente. 

Em ambos os braços, a maioria dos eventos de náusea e vômito foi G1/2; enquanto os eventos G≥3 com T-DXd vs. T-DM1 foram 6,6% vs. 0,4% para náusea e 1,6% vs. 0,8% para vômito, respectivamente. As taxas de náusea, vômito e alopecia foram maiores no ciclo 1 e menores nos ciclos subsequentes para T-DXd. As taxas de eventos hematológicos foram geralmente mais baixas em ciclos anteriores versus ciclo ≥8 em ambos os braços. As taxas de DPI/pneumonite relacionadas a medicamentos foram de 10,9% (1 evento G2 desde DCO anterior) com T-DXd vs.1,9% com T-DM1, sem eventos G4/5. O tempo médio para o primeiro evento de DPI/pneumonite relacionado ao medicamento foi de 5,9 vs. 9,5 meses para T-DXd vs T-DM1, respectivamente; no DCO, a maioria dos eventos foi resolvida (57,1% vs. 80,0%).  

Na análise primária dos resultados obtidos até a data de corte, T-DXd mostrou superioridade sobre o T-DM1 em pacientes com câncer de mama HER2+, com uma melhora significativa da sobrevida livre de progressão por revisão geral (HR 0,284; IC95% 0,217 – 0,373; P<0,001). No perfil de segurança atualizado, que foi alvo da apresentação de Dra. Hamilton, o T-DXd demonstrou um perfil de segurança tolerável consistente com estudos anteriores. Esta atualização de segurança mais longa reforça o perfil de segurança consistente do T-DXd, apoiando o benefício clínico do T-DXd sobre o T-DM1 em pacientes com câncer de mama HER2+ metastático. 

Referência:  

1 – Abstract 1000 – Erika P. Hamilton et al., Trastuzumab deruxtecan (T-DXd) versus trastuzumab emtansine (T-DM1) in patients (pts) with HER2-positive (HER2+) unresectable and/or metastatic breast cancer (mBC): Safety follow-up of the randomized, phase 3 study DESTINY-Breast03 (NCT03529110). 2022 ASCO Annual Meeting 

2 – Javier Cortés et al., Trastuzumab Deruxtecan versus Trastuzumab Emtansine para câncer de mama. N Engl J Med 2022; 386:1143-1154. DOI: 10.1056/NEJMoa2115022