A mutação de inserção no éxon 20 (ex20ins) é responsável por cerca de 4 a 12% do total de mutações do gene EGFR em pacientes com câncer de pulmão não–pequenas células (CPNPC). Esses tumores são conhecidos por serem menos sensíveis aos inibidores de tirosina quinase (TKI) com alvo em EGFR de 1ª ou 2ª geração
Foi apresentado durante o American Association for Cancer Research (AACR) Annual Meeting 2021 o AEX20 (UMIN000031929), um estudo de fase I/II, braço único, multicêntrico, aberto e não randomizado, que avaliou a eficácia clínica do osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) avançado com EGFRex20ins.
O estudo consiste em dois estágios (desenho de dois estágios de Simon). No estágio 1, 12 pacientes recebem osimertinibe 80mg/dia até progressão de doença ou toxicidades graves. No estágio 2, nove pacientes recebem a mesma dose de osimertinibe se mais de um paciente atingir resposta parcial ou resposta completa no estágio 1.
Os critérios de inclusão de pacientes com CPNPC avançado ou metastático EGFRex20ins foram:
Foram excluídos, por sua vez, pacientes com outras mutações no gene EGFR, como deleção do éxon 19, L858R, T790M, G719X e L861Q.
O desfecho primário foi a taxa de resposta objetiva (TRO) avaliada por RECISTv1.1. Os desfechos secundários incluíram a sobrevida livre de progressão (SLP), a sobrevida global (SG) e os perfis de segurança.
A amostragem de sangue foi obtida 4 semanas após o início do osimertinibe para analisar os parâmetros farmacocinéticos. Também foram realizadas biópsias líquidas para NGS (next generation sequencing) antes e depois de adquirir resistência ao osimertinibe a fim de esclarecer os mecanismos de resistência do TKI de 3ª geração em EGFRex20ins.
Resultado
Ao todo, 12 pacientes foram inscritos no estágio 1 em seis instituições. A idade média foi de 63 anos, seis participantes eram do sexo feminino, oito indivíduos apresentavam ECOG 0 e quatro tinham ECOG 1. O número de pacientes com CPNPC estádios IIIA, IIIb, IVA e IVB foi, respectivamente, 1, 1, 2 e 8.
A TRO foi de 0% e a taxa de controle de doença foi de 66,7%, sendo:
Portanto, os autores concluem que a dose regular de osimertinibe tem atividade clínica limitada em pacientes com CPNPC com mutação de inserção no éxon 20.
Referências:
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