Os carcinomas escamosos (CEC) de orofaringe associados ao HPV têm excelente prognóstico e sobrevida. No entanto, seu tratamento permanece semelhante aos tumores não relacionados ao vírus, geralmente com uma dose de 70 Gy de radioterapia, considerando todas as toxicidades associadas. Neste sentido, esforços têm sido realizados para desintensificar a radioterapia neste subgrupo de pacientes, a fim de reduzir suas toxicidades e manter a eficácia.
Um estudo fase II publicado no Journal of Clinical Oncology avaliou o papel de uma dose mais baixa de radioterapia (60 Gy, IMRT) nos pacientes com CEC de orofaringe p16 positivos candidatos a quimiorradioterapia. Os pacientes receberam cisplatina 30 mg/m2 semanal e 60 Gy de radioterapia com intensidade modulada.
A reavaliação ocorreu através de PET-CT 10 a 12 semanas após o término do tratamento. Cirurgia com dissecção linfonodal era indicada apenas se necessário. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão em 2 anos.
Este tratamento demonstrou excelentes desfechos, com controle locorregional em 2 anos de 95%, além de sobrevida livre de progressão em 2 anos de 86% e sobrevida global em 2 anos de 95%.
Entre as toxicidades mais reportadas, a xerostomia continuou a melhorar mesmo após um ano de tratamento, o que geralmente não ocorre com o tratamento com doses tradicionais. Não houve eventos adversos tardios grau 3 ou mais.
Em suma, uma dose menor de radioterapia no tratamento definitivo do CEC de orofaringe HPV positivo foi associada a desfechos favoráveis com um melhor perfil de toxicidades, mesmo em pacientes não submetidos a cirurgia de rotina. Você pode acessar o estudo completo aqui.
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