O fato do cigarro trazer malefícios à saúde não é novidade, e a versão eletrônica está longe de ser inofensiva, como algumas pessoas acreditam, pois ela também contém nicotina – substância tóxica ao organismo. Parar de fumar, no entanto, não é tão simples, já que envolve dependência química e psicológica. Apesar das campanhas de conscientização, o tabagismo continua sendo uma preocupação mundial, sendo responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com mais de 4.000 substâncias químicas, sendo pelo menos 250 nocivas à saúde, e mais de 50 com ação carcinogênica, o cigarro está associado a uma série de doenças. Ele é responsável, por exemplo, por 30% das mortes por câncer, e por 90% dos casos de câncer de pulmão, um dos mais comuns, com mais de um milhão de casos novos por ano no mundo. O câncer de pulmão, aliás, é o de maior mortalidade: 19,4% de todos os óbitos por câncer no mundo são causados por ele.
Tabagistas, ex-fumantes e até os fumantes passivos estão sujeitos a esse tipo de tumor, embora a doença também acometa não fumantes. Segundo o oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Carlos Henrique Teixeira, existem hoje diferentes subtipos moleculares de câncer de pulmão e reconhecer estas alterações é fundamental para um tratamento personalizado. “Como os sintomas da doença podem surgir somente em estágios mais avançados, infelizmente o diagnóstico, em geral, é feito tardiamente. E, como em quase todos os cânceres, o diagnóstico precoce interfere nos resultados do tratamento”, informa.
Entre as manifestações mais comuns do câncer de pulmão estão tosse, falta de ar, escarros com sangue, dor no tórax e perda de peso10. Além do câncer de pulmão e demais neoplasias, o tabagismo pode estar associado a outras doenças, como sérias complicações cardiovasculares e doenças respiratórias.
Entre 80 e 92% dos casos de câncer de pulmão são de não pequenas células (CPNPC)11, dos quais 43,3% são do tipo adenocarcinoma. Desses, entre 22 e 33% apresentam mutações no receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). Embora possa acometer todas as pessoas, as mutações são mais comuns em não fumantes.
Apesar da letalidade do câncer de pulmão, os tratamentos contra esse tipo de tumor evoluíram na última década. A terapia alvo, uma das principais inovações, atua com maior precisão, geralmente em células do tumor que possuem mutações. “É como um mecanismo de chave e fechadura, a terapia alvo é capaz de desligar esse circuito e fazer com que o câncer regrida”, comenta Dr. Carlos H. Teixeira.
Além do mais, esse subtipo de câncer de pulmão evolui, quando tratado adequadamente, com melhores resultados 14. O afatinibe, por exemplo, indicado, na primeira linha de tratamento para pacientes adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC), com histologia de adenocarcinoma e mutação de EGFR15, faz parte desta lista de medicamentos de última geração.
O estudo clínico LUX-Lung 7, publicado em 2016, comprovou esses resultados positivos. Pacientes tratados com o afatinibeapresentaram mais que o dobro da probabilidade de estarem sem progressão da doença em 2 anos, em comparação ao gefitinibe, outra terapia alvo16. Além de ser superior em eficácia, o medicamento possui bom perfil de segurança, possibilitando a melhora significativa dos sintomas da doença e da qualidade de vida dos pacientes. Outra boa notícia é que recentemente o medicamento passou a fazer parte do rol de procedimentos e eventos em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar, constando na relação disponível pelas operadoras de planos de saúde, tornando-o mais acessível.
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