Dr. Renata Ramos Barreto: ASCO publica novo guideline sobre avaliação e manejo de pacientes idosos em tratamento quimioterápico - Oncologia Brasil

Dr. Renata Ramos Barreto: ASCO publica novo guideline sobre avaliação e manejo de pacientes idosos em tratamento quimioterápico

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Considerando o expressivo envelhecimento da população mundial e os altos índices de neoplasia maligna em pacientes idosos, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou os novos Guidelines para Oncologia Geriátrica ou Oncogeriatria. A publicação abrange diversos cuidados específicos para a população de pacientes oncológicos idosos (idade = 65 anos), que estejam recebendo quimioterapia.

Os membros de um painel de especialistas avaliaram as melhores evidências já publicadas em relação à população oncogeriátrica e reuniram suas recomendações inclusive com exemplos de como aplicá-las no dia a dia, ressaltando sua importância na prática clínica de forma a  indicar tratamentos proporcionais aos pacientes que não impactem substancialmente em sua qualidade de vida e/ou prevenindo danos que podem ser avaliados com o uso de ferramentas adequadas às diversas situações clínicas presentes nessa população especial.

Dentre as várias recomendações é importante podemos citar que já temos evidência suficiente para indicar que a Avaliação Geriátrica Global seja realizada em todos os pacientes oncológicos acima de 65 anos, assim como outras ferramentas de avaliação de prognóstico, comorbidades, cognição, funcionalidade, risco de queda, depressão e estado nutricional apresentam impacto positivo no tratamento oncológico e adequado  cuidado de suporte que deve ser oferecido precocemente à população geriátrica já que esta se mostra com particularidades como maior risco de toxicidade à quimioterapia, internações hospitalares mais prolongadas e alterações psiquiátricas como delirium.

É cada vez mais evidente e cientificamente comprovado que o cuidado com o paciente oncológico exige suporte não apenas multiprofissional mas de integração entre múltiplas especialidades em prol da qualidade de vida, qualidade de cuidado e bem-estar dos pacientes oncológicos em geral mas ainda maior nas populações especiais que muitas vezes não são avaliadas em estudos clínicos.

Avaliar corretamente nossos pacientes implica ainda numa participação mais ativa dos mesmos nas tomadas de decisão, assim como de familiares e cuidadores. O cuidado de suporte deve ser precoce, contínuo e de qualidade para proporcionar mais dias de vida e mais vida aos dias.

Renata Ramos Barreto

Oncologia Clínica e Cuidados Paliativos ESMO Fellow on Palliative and Supportive Care – IRST Meldola (Itália)

Coordenadora Científica da Oncologia Clínica da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo


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