O Dr. Angelo Maiolino, Professor de Hematologia da UFRJ e Coordenador de Hematologia do Américas – RJ, em participação no 61º encontro da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) comenta o estudo GRIFFIN, que mostrou benefício do esquema daratumumabe, lenalidomida, bortezomibe e dexametasona para pacientes elegíveis para transplante.
O estudo randomizado de fase 2 GRIFFIN avaliou o uso de daratumumabe (DARA) mais RVd (lenalidomida, bortezomibe e dexametasona) em pacientes com Mieloma Múltiplo elegíveis para Transplante de Medula Óssea (TMO). Os 207 pacientes foram randomizados 1: 1 para RVd ± DARA (DRVd n = 104; RVd n = 103). , estratificados pelo estágio ISS e clearence da creatinina. Pacientes receberam na indução 4 ciclos de indução, TMO autólogo e 2 ciclos de consolidação e manutenção com R ± DARA por 24 meses. O endpoint primário foi a taxa de resposta completa estrita (RCe).
Pacientes do braço DRVd apresentaram melhor taxa de RCe ao final da consolidação (42,4% vs 32,0%), observada em todos os subgrupos, exceto naqueles de ISS estágio III ou de alto risco citogenético. A taxa de RCe foi de 12% vs 7% no final da indução, aumentando para 21% vs 14% após TMO e 50% vs 37% no follow-up. Pacientes sob esquema DRVd alcançaram uma melhora da resposta global (99% vs 92%), respostas ≥VGPR (91% vs 73%) e ≥CR (52% vs 42%) no final da consolidação.
No final da indução 42% dos pacientes atingiram ≥ CR com DRVd e tinham DRM negativa, em comparação 8% atingindo ≥CR com RVd. No final da consolidação 59% atingiram ≥CR com DRVd e DRM negativa em 24%. Pouco tempo ainda para avaliação quanto a sobrevida global e sobrevida livre de progressão. Quanto ao transplante de medula óssea, o rendimento médio de células-tronco foi de 8,1 x 9,4 × 106 células/ kg para DRVd vs RVd.
Os efeitos colaterais com DRVd vs RVd incluíram neutropenia (32% vs 15%), linfopenia (23% x 23%), trombocitopenia (16% vs 8%) e leucopenia (15% vs 7%). Esses dados demonstram que a adição de DARA ao RVd melhora significativamente as taxas de resposta e a profundidade da resposta, incluindo a negatividade de RCe e DRM. Da mesma forma, semelhante ao relatado em CASSIOPEIA, a mobilização de células-tronco e a TMO são viáveis com DRVd, sem um efeito significativo na reconstituição hematopoiética.
O ASH acontece de 07 a 10 de dezembro de 2019 em Orlando (EUA) e reúne mais de 25 mil profissionais de hematologia de todas as subespecialidades. Acompanhe os destaques do ASH na cobertura da Oncologia Brasil.
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.