Dados de toxicidade tardia e qualidade de vida do estudo GETUG-AFU 22 são apresentados no congresso EAU20 - Oncologia Brasil

Dados de toxicidade tardia e qualidade de vida do estudo GETUG-AFU 22 são apresentados no congresso EAU20

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Os autores deste abstract, Dr. Paul Sargos e Dr. Igor Latorzeff, venceram o prêmio EAU20 Best Abstract Awards Oncology

Dados de toxicidade tardia e qualidade de vida do GETUG-AFU 22 foram apresentados no 35º Congresso da European Association of Urology (EAU). Os autores Dr. Paul Sargos e Dr. Igor Latorzeff venceram o prêmio EAU20 Best Abstract Awards Oncology por este estudo randomizado, de fase II, multicêntrico, que comparou 6 meses de degarelix em combinação com radioterapia (RT) versus RT sozinha como tratamento de resgate (NCT01994239) nos pacientes com PSA (antígeno prostático específico) detectável após prostatectomia radical (PR).

A PR pode proporcionar bons resultados oncológicos a longo prazo em pacientes com câncer de próstata (CP) localizado. Após a cirurgia, espera-se que o PSA seja indetectável dentro de 6 semanas. Entretanto, aproximadamente 75% dos pacientes com PSA persistente podem apresentar recidiva bioquímica. Além disso, o PSA persistente representa um achado de até 8,8% dos casos pós PR, associando-se a pior prognóstico oncológico. Um estudo publicado na European Urology em 2019 por Preisser et al demonstrou, em uma análise multivariada, que o PSA persistente é um preditor independente de metástase (HR: 3,59, p < 0,001), morte (HR: 1,86, p < 0,001) e morte específica por câncer (HR: 3,15, p < 0,001).

Nesse estudo GETUG-AFU 22, 125 pacientes foram incluídos. O nível médio de PSA foi de 0,3 ng/mL (0,09-1,82) pós-RP e 0,6 ng/mL (0,12-3,65) na randomização. O acompanhamento médio foi de 38 meses (IC 95%: 31,4-44,1). Os pesquisadores franceses relataram que aos 2 anos nenhuma diferença na toxicidade geniturinária (GU) ou gastrointestinal (GI) tardias foram observadas entre os dois braços (p = 0,145).

Aos 2 anos, a qualidade de vida foi avaliada em 59% dos pacientes no braço RT e 77% no braço RT + degarelix. Curiosamente, nenhuma diferença nas análises QLQC-30 ou QLQ-PR25 foi relatada. Essas análises avaliam a percepção subjetiva da qualidade de vida em pacientes tratados para câncer de próstata. O estudo destaca ainda a boa tolerância à radioterapia pós-operatória.

Os resultados de eficácia do estudo GETUG-AFU 22 ainda são esperados nesse ano e ajudarão a esclarecer a abordagem apropriada da RT de resgate com ou sem supressão androgênica nessa população de pacientes com PSA detectável após PR.

Referências:
Latorzeff I, Guerif S, Pelissier S, Meyer E, Fraisse J, Supiot S, Crehange G, Lagneau E, Ronchin P, Benyoucef A, Hasbini A. Late toxicity and quality of life from GETUG-AFU 22 study.

Preisser F, Chun FKH, Pompe RS, et al. Persistent Prostate-Specific Antigen After Radical Prostatectomy and Its Impact on Oncologic Outcomes. Eur. Urol. 76(1), 106–114 (2019). Available from: https://doi.org/10.1016/j.eururo.2019.01.048

https://eaucongress.uroweb.org/best-abstracts-salvage-treatment-for-patients-with-detectable-psa-after-radical-prostatectomy/

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