A combinação da vacina de peptídeo IDO/PD-L1 com nivolumabe apresentou benefício clínico promissor em estudo de fase I/II em pacientes com melanoma metastático, sobretudo em indivíduos de pior prognóstico
A imunoterapia já demonstrou ser um tratamento efetivo em pacientes com melanoma metastático. Entretanto, os inibidores de checkpoint imunológico (ICI) estão frequentemente associados a eventos adversos imunorrelacionados e muitos pacientes ainda apresentam progressão de doença. Nivolumabe (nivo) combinado com uma vacina de peptídeo direcionada à da enzima IDO/PD-L1 de células T corresponde a uma abordagem promissora no tratamento de melanoma avançado sem induzir eventos adversos na proporção observada com a combinação de ICIs.
No congresso anual da American Association for Cancer Research de 2022, foram apresentados os resultados do estudo de fase I/II da combinação de vacina de peptídeo IDO/PD-L1 (6 aplicações, SC, a cada duas semanas, seguido de 9 aplicações a cada 4 semanas; máximo de 15 doses) associado a nivo (3mg/kg, EV, a cada duas semanas por no máximo dois anos). Foram incluídos pacientes com melanoma metastático estádio clínico IV sem tratamento prévio com anti-PD-1 e a eficácia clínica e toxicidade foram avaliadas.
30 pacientes foram incluídos para análise de eficácia, após completar o esquema de doses da vacina em sua totalidade, a taxa de resposta objetiva (TRO) foi de 80% (n=24) com 46,7% (n=14) obtendo respostas completas. Após uma mediana de segmento de 2,7 anos, a mediana de sobrevida livre de progressão (mSLP) foi de 25,3 meses e a de sobrevida global (mSG) não foi atingida. A probabilidade de sobrevida em 3 anos foi de 73%. Nas análises de subgrupos, as TRO foram de 94,1%/61,5% e a mSLP de 30,9/7,2 meses para pacientes com expressão positiva/negativa de PD-L1 respectivamente. Adicionalmente, em pacientes de pior prognóstico, baseado na elevação de DHL sérico, a TRO foi de 81,8% com mSLP de 30,9 meses. Em pacientes com DHL sérico normal, a TRO foi de 78,9% e a mSLP foi de 19,3 meses. Para pacientes com estadiamento M1c, M1a/b, as TRO e mSLP foram respectivamente: 88,2%/69,2% e 25,6/14,8 meses. A incidência de eventos adversos foi comparável aos pacientes tratados com nivo isolado e nenhum novo perfil de toxicidade foi relatado em indivíduos de pior prognóstico.
A combinação de nivo com uma vacina de peptídeo IDO/PD-L1 se mostrou um tratamento efetivo em pacientes com melanoma metastático com perfil de toxicidade esperado para pacientes recebendo ICI. Os dados de benefício clínico são encorajadores (TRO de 80% e resposta completa de 46,7%). A mSLP encontrada foi de 25,3m, o que é duas vezes o esperado para pacientes recebendo tratamento padrão com ICI em estudos anteriores e encoraja novos estudos.
Referência:
High clinical efficacy in poor prognosis patients with metastatic melanoma treated with an IDO/PD-L1 peptide vaccine in combination with nivolumab (https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/10517/presentation/20274).
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